A Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), aceitou pagar uma indenização de US$ 6,13 milhões e cumprir uma ordem judicial definitiva que proíbe o antissemitismo no campus, após uma série de denúncias de discriminação feitas por estudantes judeus. A concessão foi divulgada nesta quarta-feira (30), após mais de um ano de batalhas judiciais movidas por alunos e organizações defensoras da liberdade religiosa.
Determinada pela Justiça após protestos antissemitas
No processo, aberto em junho de 2024, três estudantes alegaram que a universidade permitiu a instalação de barricadas por ativistas na área central do campus, bloqueando o acesso de estudantes judeus a infraestrutura acadêmica essencial. O documento, obtido pelo pedido, detalha que a ação ocorreu após ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que resultaram em protestos e ameaças antissemitas partindo de ativistas na universidade.
A decisão judicial, divulgada nesta semana, reafirma que a universidade deve respeitar os direitos dos estudantes judeus, proibindo ações discriminatórias e garantindo que episódios semelhantes não se repitam. Além disso, parte do valor desembolsado será doado a organizações que atuam no combate ao antissemitismo, incluindo o capítulo estudantil Hillel, a Liga Antidifamação (Anti-Defamation League) e a Federação Judaica de Los Angeles.
Protestos e ações discriminatórias no campus
Conforme narra o processo, após o ataque de Hamas, grupos ativistas passaram a promover protestos no campus que incluíram ameaças explícitas de “morte aos judeus” e a criação de uma “Zona de Exclusão Judia”. Para entrar na área, os estudantes judeus eram obrigados a fazer declarações de lealdade às opiniões dos ativistas, uma prática considerada discriminatória pelos autores da ação.
Durante uma semana, a administração da universidade foi acusada de não agir para remover as barricadas e de permitir que a situação persistisse, ao ordenar que a polícia universitária permanecesse de fora das ações, mesmo diante das violações aos direitos básicos dos estudantes judaicos.
Repercussões e contexto
Segundo o juiz federal Mark Scarsi, responsável pela causa, a decisão reforça que a discriminação contra judeus viola a Constituição e as leis de direitos civis dos Estados Unidos. O advogado dos estudantes, Mark Rienzi, afirmou que a sentença representa uma vitória contra o tratamento desigual e a tolerância ao antissemitismo em campi universitários pelo país.
O caso teve origem após os protestos e atos de intolerância que se intensificaram na universidade após o conflito no Oriente Médio. O reitor Gene Block reconheceu que a UCLA não está imune ao aumento do preconceito, mas que medidas concretas devem ser tomadas para garantir a proteção dos estudantes judeus e o respeito à diversidade.
Este episódio marca um precedente importante na luta contra o antissemitismo acadêmico, demonstrando que instituições de ensino superior podem ser responsabilizadas por omissões que permitem a disseminação do discurso de ódio.
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