O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira que o prazo de 1º de agosto para negociações tarifárias com seus parceiros comerciais, incluindo o Brasil, não será prorrogado. A declaração foi feita por meio de post na rede social Truth Social, em que Trump garantiu que o prazo permanece firme e declarou: “Um grande dia para a América”.
Tarifas elevadas e contexto de conflito comercial
O Brasil é considerado o país com maior risco de tarifação, com possível aplicação de uma tarifa de 50%, devido às críticas de Trump ao Supremo Tribunal Federal (STF), que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. O republicano exige o fim do processo judicial no Brasil, afirmando que o Judiciário brasileiro estaria promovendo uma “caça às bruxas”. O governo brasileiro, por sua vez, reafirmou a independência do poder Judiciário.
Histórico das tarifas e negociações com os EUA
Em 2 de abril, Trump anunciou a implementação de “tarifas recíprocas” a todos os países, com o objetivo de pressionar por maior abertura de mercado e aumento de investimentos nos EUA. Essas tarifas, que inicialmente variavam de 10% a 50%, dependendo do déficit comercial de cada país, foram aplicadas em países como Japão, União Europeia, México e Canadá. No caso do Brasil, a ameaça tarifária começou com a previsão de uma tarifa de 10%, que poderia ser elevada.
Risco de retaliações e impacto econômico
Recentemente, Trump sinalizou que qualquer retaliação brasileira poderia resultar em novas tarifas proporcionais ao valor de 50%. Em 9 de julho, o presidente americano anunciou uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA, em uma medida unilateral. Além disso, iniciou uma investigação formal contra o Brasil com base na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA, considerando práticas comerciais consideradas desleais.
Outros países sob risco de tarifas adicionais
Além do Brasil, países como México e Canadá também estão na mira de tarifas adicionais, que podem chegar a 35% para produtos canadenses e 30% para mexicanos, caso não estejam contemplados pelo Acordo EUA-México-Canadá (USMCA). A África do Sul também foi alvo de uma tarifa de 30%, sob o argumento de práticas de Empoderamento Econômico Negro. Trump também criticou ações diplomáticas sul-africanas e questões relacionadas ao conflito na Gaza.
Contexto político e negociações em andamento
Trump criticou duramente o tratamento ao ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado político, e afirmou que qualquer retaliação do Brasil resultará em novas tarifas. A decisão final sobre essas tarifas ainda não foi anunciada oficialmente pela Casa Branca. Em fevereiro, Trump havia sugerido tarifas de 25% sobre importações de diversos países, mas recuou após críticas internas e internacionais, optando por isentar itens do USMCA.
Ainda não há uma previsão definitiva para as próximas ações dos Estados Unidos. A administração Trump comunicou que publicará uma nova medida provisória nos próximos dias, detalhando as regras definitivas do eventual aumento tarifário.
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