No último dia 30 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma Ordem Executiva que institui uma tarifa de 50% sobre uma gama de produtos importados do Brasil. Essa medida gerou grande inquietação no setor produtivo brasileiro, especialmente entre os produtores de café e carne, que não foram poupados dessa decisão. No entanto, a lista de produtos afetados tem algumas exceções que chamam a atenção.
Produtos isentos do tarifaço
A lista oficial divulgada pela Casa Branca traz 700 produtos que ficarão isentos da nova tarifação. Entre os itens que foram excluídos estão suco e polpa de laranja, minérios de ferro e componentes de aeronaves civis, essenciais para empresas como a Embraer. Além disso, combustíveis também estão fora do escopo da cobrança, aliviando parcialmente os impactos sobre o setor energético.
A decisão de isentar determinados produtos pareceu uma tentativa de equilibrar as tensões comerciais entre os dois países, levando em consideração as implicações econômicas das tarifas. Apesar disso, o presidente Trump reiterou que as tarífias a produtos como café e carne permanecem intactas, uma estratégia que promete mexer com a balança comercial entre o Brasil e os Estados Unidos.
Justificativas para a Ordem Executiva
A medida de 50% foi justificada pelo governo dos Estados Unidos como uma resposta a ações do governo brasileiro que, segundo o texto assinado por Trump, representam uma ameaça “incomum e extraordinária” à segurança nacional e à economia americana. A Ordem Executiva se baseia na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) de 1977, que permite ao governo dos EUA tomar medidas contra países que, segundo suas autoridades, coloquem em risco a segurança do país.
A documentação oficial alega que o governo brasileiro perseguiu e intimidou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, o que, na concepção do governo Trump, conta como violações graves de direitos humanos. Essa narrativa de defesa da liberdade e proteção dos direitos dos cidadãos é uma constante na política externa americana, que muitas vezes justifica sanções econômicas como forma de penalizar governos que não respeitam os direitos fundamentais.
Próximos passos e consequências
Trump deixou claro que o tarifaço começará a ser aplicado a partir de 1º de agosto, sem possibilidade de prorrogação. Para as mercadorias que já estão em estoque ou em trânsito, a ordem prevê um período até 6 de agosto para que sejam retiradas e colocadas para consumo. Essa medida traz um certo alívio para comerciantes e produtores que já tinham mercadorias a caminho, mas gera incertezas sobre o futuro das exportações brasileiras para os Estados Unidos.
Ainda não está claro como as empresas brasileiras vão reagir a essa nova realidade. A imposição de tarifas pode impactar os preços dos produtos para o consumidor final americano e, consequentemente, reduzir a competitividade das exportações brasileiras. Com o café e a carne fora de uma lista de isenção, o setor agrícola deverá se preparar para enfrentar grandes desafios nas próximas semanas. Representantes do setor já manifestaram preocupação sobre como essas tarifas podem afetar suas atividades e o mercado como um todo.
Impacto nas relações Brasil-EUA
As relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos sempre foram complexas e entremeadas por desafios diversos. Com a implementação das tarifas, a rivalidade comercial poderá aumentar, e os dois países podem se ver em um cenário de retaliação e tensões diplomáticas. O comércio bilateral, que já é um dos pilares da relação entre os dois países, pode sofrer grandes desdobramentos nos próximos meses.
Projeções indicam que os efeitos dessas tarifas se estenderão além das fronteiras dos dois países, podendo influenciar mercados globais e trazer novas dinâmicas para o comércio internacional. Os próximos meses serão cruciais para que o Brasil consiga contornar os efeitos desse novo cenário e reverter possíveis perdas comerciais com os Estados Unidos.
Portanto, a assinatura da ordem executiva por Donald Trump não significa apenas mudanças tarifárias, mas sim um novo capítulo nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, que se desdobrará em uma série de consequências para a economia de ambos os países.
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