Brasil, 31 de julho de 2025
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Senadores brasileiros abrem diálogo sobre tarifas impostas pelos EUA

A comitiva liderada pelo senador Nelsinho Trad conseguiu avançar nas negociações com autoridades norte-americanas sobre tarifas comerciais.

Os recentes desentendimentos entre Brasil e Estados Unidos ganharam novos capítulos nesta quarta-feira (30), quando o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) afirmou que a comitiva de senadores que viajou aos EUA para discutir as tarifas impostas pelo governo Trump conseguiu estabelecer canais de diálogo com as autoridades americanas. As tarifas, que podem chegar a 50%, estão previstas para entrar em vigor a partir de 1º de agosto, colocando em risco a exportação de produtos brasileiros para o mercado norte-americano.

Senadores tentam distensionar relações comerciais

Trad, que preside a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, ressaltou a importância da missão, composta por senadores de diferentes partidos, que teve como objetivo principal distensionar as relações entre os dois países. Durante a visita, a comitiva foi recebida por nove parlamentares americanos – oito deles do Partido Democrata e um do Partido Republicano – e conseguiu transmitir a necessidade de manter as tratativas e alertar sobre os impactos negativos que os EUA enfrentariam com a imposição dessas tarifas.

“Nós não temos como negociar porque a gente não é do Executivo, a gente é do Legislativo. O que fizemos foi abrir canais e caminhos para que essa relação pudesse ser azeitada e, com isso, facilitar na frente novas tratativas de diálogo”, declarou Trad em entrevista coletiva na capital americana.

A comitiva brasileira se reuniu com representantes da Embaixada do Brasil e empresários locais, culminando em um encontro na ocasião onde estavam presentes líderes de diferentes setores da sociedade civil e empresarial. Essa interação é considerada fundamental para fortalecer as relações interamericanas.

Contexto do Tarifaço e suas repercussões

No dia 9 de julho, Trump anunciou as tarifas adicionais de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, citando uma relação “injusta” nas transações comerciais entre os dois países. Essa medida gerou preocupações, especialmente porque o Brasil possui um déficit comercial com os EUA que perdura há 17 anos. Muitos especialistas e analistas veem a decisão como uma forma de pressão política por parte do governo Trump.

Além das tarifas, o presidente dos EUA também mencionou restrições legais que limitam a atividade de plataformas digitais norte-americanas no Brasil e fez referência ao processo que investiga tentativas de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que era visto como um aliado próximo ao governo americano.

Investigação sobre o sistema de pagamentos brasileiro

Outra questão que preocupa as autoridades brasileiras é a investigação aberta por parte do governo dos EUA em relação ao sistema de pagamentos conhecido como Pix. As autoridades americanas consideram que o modelo pode configurar uma prática de mercado “desleal”, uma vez que prejudicaria as operações das bandeiras de cartões de crédito, como Visa e MasterCard, além do WhatsApp Pay, da Meta.

Os próximos dias serão cruciais para o desenrolar desse cenário. Está prevista uma reunião entre os senadores brasileiros e a Americas Society/Council of the Americas, que comumente promove diálogos entre líderes civis e empresariais da América. A expectativa é de que esse encontro resulte na elaboração de um manifesto apoiando uma solução negociada para as tarifas propostas pelo governo Trump.

A conjuntura em que o Brasil se encontra ilustra a complexidade das relações comerciais e diplomáticas entre os dois países, sendo cada vez mais necessário um diálogo eficaz e estratégico para evitar danos à economia brasileira.

Seguir acompanhar essas negociações é fundamental, pois as repercussões impactarão diretamente a dinâmica do mercado, afetando tanto a economia brasileira quanto a americana.

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