Brasil, 30 de julho de 2025
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Prisão de Carla Zambelli na Itália acende debate sobre extradição

A prisão de Carla Zambelli na Itália pode resultar em um longo processo de extradição para o Brasil, envolvendo questões políticas e jurídicas.

A prisão da deputada federal Carla Zambelli, do PL-SP, na Itália, levantou uma série de questões sobre o processo de extradição que o Brasil poderá enfrentar. Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sua situação apresenta um cenário complexo que pode se estender por até dois anos.

O processo de extradição e seus desafios

De acordo com membros do Judiciário que acompanham casos de extradição, apesar da existência de um tratado bilateral entre Brasil e Itália que torna essa possibilidade viável, o caminho para trazer Zambelli de volta ao Brasil é repleto de etapas que podem ser influenciadas por decisões judiciais e considerações políticas. Assim, a expectativa é de que o processo possa durar entre um ano e meio a dois anos.

Primeiros passos após a prisão

Inicialmente, caberá ao Ministério da Justiça da Itália decidir sobre a manutenção da prisão de Zambelli. Esse órgão pode optar por não prosseguir com o caso, o que daria à deputada a chance de liberdade. Porém, se optar por manter a detenção, o caso seguirá para a Corte de Apelação de Roma, onde será decidido se ela continuará custodiada durante o processo de extradição.

Envolvimento do Ministério Público e defesa

Nesse processo, o Ministério Público italiano se manifestará, assim como a defesa de Zambelli, e a Corte de Apelação revisará os fundamentos legais para a extradição. Caso haja desacordo com a decisão, a parte insatisfeita poderá recorrer à Corte de Cassação, que é a instância superior do Judiciário italiano.

Decisão final e implicações políticas

Mesmo que a Justiça italiana autorize a extradição, a palavra final seguirá com o Ministério da Justiça italiano. Esse aspecto político é crucial, pois o governo de Giorgia Meloni, à frente da Itália, pode decidir se entrega ou não Carla Zambelli ao Brasil. O atual governo, caracterizado como de direita, tem um alinhamento ideológico com parte da base política da deputada, o que pode complicar ainda mais a situação.

Possíveis contestações seguem na Justiça

Se o governo optar pela extradição, a defesa de Zambelli ainda poderá contestar a decisão junto ao Tribunal Administrativo Regional (TAR) do Lácio, sediado em Roma. O processo de contestações pode se estender ainda mais, com a possibilidade de um novo recurso ao Conselho de Estado, que é a última instância da Justiça administrativa italiana.

Expectativas e riscos no processo de extradição

Especialistas em cooperação internacional e extradição avaliam que o processo, na melhor das hipóteses para o Brasil, poderá ser concluído em até dois anos. Porém, há riscos significativos, incluindo a possibilidade de Zambelli ser libertada rapidamente se o governo italiano decidir não mantê-la presa ou se atrasar a tramitação do caso.

Casos de extradição normalmente envolvem disputas jurídicas prolongadas, e a interferência política é uma constante, mesmo em democracias. O exemplo do ex-ativista italiano Cesare Battisti, que gerou controvérsia no Brasil, é uma evidência de que o contexto político pode influenciar esses processos.

Até o presente momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre um possível pedido de extradição ou se há diálogos diplomáticos em andamento com as autoridades italianas. A expectativa é de que a situação continue a se desenvolver, enquanto observadores aguardam os próximos passos nesse delicado processo jurídico e político.

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