Brasil, 31 de julho de 2025
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Pode o setor de floresta e os créditos de carbono coexistir nos EUA?

Indústria de madeira e programas de créditos de carbono disputam valor de florestas americanas, levantando debate sobre coexistência sustentável

Os Estados Unidos enfrentam um dilema ecônomico e ambiental ao tentar equilibrar o valor econômico das florestas com o papel delas na mitigação das mudanças climáticas. Enquanto a indústria madeireira gera cerca de US$ 288 bilhões por ano, os programas de créditos de carbono movimentam bilhões ao valorizar o reflorestamento e a captura de CO2.

A disputa pelo valor das florestas americanas

Desde 2007, startups de créditos de carbono vêm adquirindo vastas áreas de florestas nos EUA, buscando criar uma solução voluntária para compensar emissões de gases de efeito estufa. Esses créditos, que representam uma tonelada de CO2 armazenada, têm potencial de crescer de US$ 2 bilhões em 2021 para US$ 35 bilhões até 2030, segundo relatório da MSCI.

Por outro lado, a indústria madeireira, com sua longa história de mais de 400 anos, continua sendo uma força econômica fundamental para regiões como Appalachia e o Sudeste, empregando milhões de americanos e sustentando a economia de áreas historicamente marginalizadas.

Potenciais conflitos e compatibilidades

Segundo Matthew Russell, consultor de análise florestal, há uma crescente incerteza quanto à efetividade dos créditos de carbono na captura de CO2 real e duradoura. Ao mesmo tempo, a preservação de florestas pode gerar receitas adicionais, melhorar ecossistemas e criar empregos — elementos que podem, teoricamente, coexistir com a indústria madeireira.

O papel das florestas na mitigação do clima

Estima-se que florestas americanas atualmente sequestram cerca de 16% das emissões nacionais anuais — aproximadamente 866 milhões de toneladas métricas de CO2. Para equilibrar o déficit de quase 5 bilhões de toneladas emitidas em 2021, seriam necessárias mais de 74 milhões de acres de florestas, um território maior que a Flórida.

Segundo estudos, soluções naturais, como florestas maduras, podem fornecer até um terço das reduções globais necessárias para evitar aumento de temperature acima de 2°C até 2030. No entanto, a capacidade de absorção de árvores varia, e o volume armazenado por uma floresta depende de aspectos como idade, espécie e densidade do sub-bosque.

O futuro da coexistência sustentável

A questão central é se as indústrias de madeira e créditos de carbono podem estabelecer uma relação que beneficie ambos os setores sem comprometer a integridade ecológica. Especialistas alertam para a necessidade de regulamentos claros e mecanismos efetivos de monitoramento para permitir que os créditos de carbono complementem a preservação e manejo sustentável das florestas.

O debate envolve não apenas interesses econômicos, mas também a urgência de agir contra as mudanças climáticas. A integração eficiente desses setores pode representar uma estratégia viável para proteger as florestas e cumprir metas ambientais globais, desde que haja cooperação e soluções inovadoras.

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