Brasil, 31 de julho de 2025
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PM é preso com carro usado em comboio de milícia no Catiri

Policial foi flagrado com veículo clonado e armas em operação da milícia na Zona Oeste do Rio.

Na última terça-feira (29), o policial militar Jorge André Felix foi preso em flagrante ao dirigir um carro Corolla Cross branco, que estava identificado como parte de um comboio de milicianos que circulou pela comunidade do Catiri, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no último sábado (26). Essa prisão levanta questões sobre a proteção e a corrupção dentro das instituições policiais em um dos cenários mais críticos de violência no estado.

Prisão do PM e apreensão de armamento

O veículo, que era clonado e roubado, foi encontrado após um monitoramento realizado pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e ao Tráfico de Drogas (DRACO-IE) em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal. Dentro do Corolla Cross, foram apreendidas quatro pistolas e uma submetralhadora Uzi, armas que intensificam a preocupação com a crescente armamentização de milícias na região.

Felix, que afirmou estar atuando na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do 3º BPM, foi detido na Avenida Brasil, após deixar a comunidade da Maré. Durante a abordagem, não houve resistência. O PM alegou que apenas transportava o carro e as armas para o Catiri, mas suas justificativas não impediram que fosse autuado por porte ilegal de arma, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo.

A escalada de violência na Zona Oeste

A prisão de Felix se dá em um momento de intensa escalada de violência na Zona Oeste do Rio. No dia 26, traficantes do Comando Vermelho utilizaram um drone para monitorar a área do Jardim Bangu antes de um ataque à milícia local. Imagens obtidas pela inteligência da PM demonstram um comboio de pelo menos sete veículos, incluindo o Corolla Cross de Felix, circulando pela comunidade. Esse tipo de operação revela a ousadia dos grupos criminosos e a complexidade da situação enfrentada pelos órgãos de segurança pública.

Pouco tempo após a passagem do comboio, criminosos iniciaram uma troca de tiros na Rua Lichia, que estava interditada para uma festa. A troca de tiros levou ao ferimento de Tatiane Werneck, de 43 anos, que foi atingida na clavícula, evidenciando não apenas a violência, mas também como civis são frequentemente pegos em meio a esses conflitos criminosos.

Investigação da Corregedoria da PM

Diante da situação, a Secretaria de Polícia Militar determinou que a Corregedoria inicie uma investigação com os policiais que estavam presentes na região do Catiri e testemunharam a passagem do comboio de milicianos sem realizar qualquer abordagem. A investigação busca apurar eventuais omissões por parte da PM, um sinal claro de que a transparência e a responsabilidade são essenciais para reconstruir a confiança da população na polícia.

A Polícia Civil revelou que o Corolla Cross foi identificado pela DRACO-IE através de imagens do comboio e monitorado até ser localizado. A prisão do PM e a apreensão do veículo fazem parte de uma investigação em progresso que visa desmantelar um grupo de narcomilicianos atuando na Zona Oeste, uma tarefa difícil diante da complexidade e das raízes históricas da violência na região.

Desafios e soluções para a segurança pública

A situação da segurança pública no Rio de Janeiro é crítica, principalmente nas comunidades afetadas pelo tráfico e pela milícia. A prisão de um policial em situações de envolvimento com esses grupos apenas reforça a ideia de que há muito a ser feito para impedir a corrupção nas forças policiais. Para garantir uma resposta efetiva à violência, é necessário que haja investigações rigorosas, além de projetos que unam a comunidade e as forças de segurança, promovendo uma parceria que vise a restaurar a ordem e a confiança nas instituições.

A atuação da Polícia Militar, assim como a resposta das demais forças de segurança, deve ser constantemente avaliada e reformulada para lidar com a realidade complexa da violência no Rio de Janeiro. A profissionalização, a transparência e a aproximação com a população são fatores cruciais para o sucesso em combater a criminalidade e proteger os cidadãos.

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