Brasil, 31 de julho de 2025
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Peso das tarifas de 50% nos Estados Unidos ameaça setor de pescados e demais indústrias brasileiras

Setores de pescados, plástico e calçados alertam para impactos severos com a imposição de tarifas americanas, pedindo apoio emergencial

A confirmação da imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos gerou grande preocupação na Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), que denuncia um impacto econômico profundo no setor, responsável por cerca de 70% das exportações brasileiras de pescados. A medida, anunciada em comunicado da Casa Branca nesta quarta-feira (30), excluiu o Brasil da lista de exceções, apesar dos esforços do governo para promover negociações.

Impactos no setor de pescados e proposta de ações emergenciais

Segundo a Abipesca, a dependência do Brasil no mercado norte-americano é altamente significativa, especialmente em regiões como o Ceará, onde muitas empresas operam com essa única rota de exportação. “A interrupção dessas exportações poderá desencadear uma onda de pedidos de recuperação judicial, afetando mais de um milhão de pescadores profissionais, além de impactar toda a cadeia produtiva”, alertou a associação.

Para evitar o colapso, a entidade defende a inclusão do setor de pescados nas medidas emergenciais de apoio, como linhas de crédito especiais e auxílio financeiro imediato às empresas. “Ignorar essa realidade equivale a permitir o colapso de uma das cadeias mais importantes do agronegócio nacional, gerando reflexos negativos em empregos, renda e estabilidade regional”, afirmou a Abipesca.

Setores de plástico e calçados também sofrerão consequências

Indústria do plástico enfrenta risco de perdas milionárias

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), a tarifa americana prejudicará significativamente o setor, com impacto “profundo e duradouro”. José Ricardo Roriz, presidente do conselho da entidade, estima perdas de até US$ 2 bilhões, ou seja, cerca de 20% das exportações ligadas ao setor, devido à alta tarifária.

“O plástico está presente em 95% do PIB, seja como produto final ou componente de outros produtos exportados. A alta de tarifas pode levar empresas a deslocarem suas operações para mercados com menor custo ou acesso livre aos EUA”, declarou Roriz. Ele também destacou que o bloqueio ao mercado norte-americano dificulta a modernização tecnológica das empresas brasileiras, uma vez que os EUA lideram investimentos em inovação e inteligência artificial.

Setor de calçados prevê perdas de 8 mil empregos

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) também lamenta a manutenção das tarifas, que podem inviabilizar as exportações para os Estados Unidos. “Estimamos que cerca de 8 mil empregos diretos estejam em risco devido às tarifas, especialmente em empresas cuja maior parcela da produção é enviada ao mercado externo”, afirmou Haroldo Ferreira, presidente-executivo da entidade.

Ferreira destacou que a competitividade das empresas brasileiras será comprometida diante da sobretaxa de 30% aplicada aos importados da China, tornando produtos nacionais mais caros e prejudicando a exportação.

Críticas à diplomacia brasileira e próximos passos

A Abiplast criticou duramente o governo brasileiro, apontando uma “diplomacia inoperante” que permitiu a perda da tarifa de apenas 10%, a mais baixa entre os países, devido à falta de ações e articulações eficazes. “Quem paga a conta é a sociedade, com impactos em empregos, investimentos e ambiente de negócios”, afirmou a entidade.

Para mitigar os efeitos, as empresas solicitam ações do governo como linhas de crédito com taxas compatíveis ao mercado externo, reforço na liberação de créditos do ICMS e reedição de medidas de proteção ao emprego, como o Benefício Emergencial de preservação do emprego (BEm).

As medidas emergenciais devem ser detalhadas em breve, com a expectativa de que os impactos se agravem ainda mais se ações não forem tomadas de forma rápida e eficaz.

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