Brasil, 31 de julho de 2025
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Papa Leo XIV incentiva jovens e reflete sobre comunicação na audiência no Vaticano

Durante a audiência geral no Vaticano, o papa destacou a importância da proximidade silenciosa de Jesus e a necessidade de uma comunicação autêntica

Na quarta-feira, diante de uma Praça de São Pedro repleta de jovens de todo o mundo durante o Jubileu da Juventude, o Papa Leo XIV realizou sua primeira audiência após as férias em Castel Gandolfo. O pontífice percorreu a esplanada em seu papamóvel, cumprimentando calorosamente os milhares de peregrinos que agitavam bandeiras de diversas nações.

A importância da proximidade silenciosa de Jesus

No início de sua catequese, o papa lamentou o clima de violência e ódio que marca a atualidade, afirmando que “profundamente machuca a dignidade humana”. Ele destacou ainda que “nosso mundo precisa de cura”.

O papa afirmou que vivemos em uma sociedade “que está adoecendo por uma espécie de bulimia de conexões nas redes sociais: estamos hiperconectados, bombardeados por imagens, às vezes falsas ou distorcidas”.

Papa Leo XIV acena aos fiéis do papamóvel durante audiência geral em 30 de julho de 2025, no Vaticano. Crédito: Daniel Ibañez/CNA
Papa Leo XIV acena aos fiéis do papamóvel durante audiência geral em 30 de julho de 2025, no Vaticano. Crédito: Daniel Ibañez/CNA

Ele enfatizou que, diante dessas emoções contraditórias, muitas pessoas sentem o impulso “de desligar tudo” e até de evitar sentir qualquer coisa, o que pode levar à perda da capacidade de “dizer coisas simples e profundas um ao outro”.

Reflexão sobre o silêncio de Jesus no Evangelho

O papa sugeriu meditar sobre o trecho do Evangelho de São Marcos (cf. Mc 7:31-37), que apresenta um homem que nem fala nem ouve. Ele destacou que “não é ele quem procura Jesus para ser curado, mas outros o trazem”.

“A comunidade cristã, porém, enxerga nesses indivíduos uma imagem da Igreja, que acompanha cada pessoa até Jesus para que ouça sua palavra”, explicou. Apesar de Jesus “levar essa pessoa à parte”, gesto que parece destacar sua isolação, Leo XIV interpretou essa atitude como uma percepção do Senhor de que o homem precisa de intimidade e proximidade.

“Jesus oferece-lhe uma proximidade silenciosa, por meio de gestos que falam de um encontro profundo: toca seus ouvidos e sua língua”, acrescentou.

O pontífice destacou que Jesus fala poucas palavras, mas diz o necessário: “Levanta-te e anda!”. Segundo ele, com essa palavra “simples e bonita”, Jesus convida esse homem a abrir-se para um mundo que o assusta e para relacionamentos desapontadores.

Papa Leo XIV abençoa uma criança durante audiência geral em 30 de julho de 2025, no Vaticano. Crédito: Vaticano Media
Papa Leo XIV abençoa uma criança durante audiência geral em 30 de julho de 2025, no Vaticano. Crédito: Vaticano Media

“Para conhecer Jesus de verdade, é preciso fazer uma jornada”

O papa afirmou que a atitude do homem no Evangelho pode refletir a de alguém que se sente “inadequado” ou tem medo de se expressar por receio de errar. “Todos nós experimentamos o que significa ser incompreendido”, pontuou.

Leo XIV pediu aos fiéis que orem para que o Senhor cure nossa forma de comunicar, “não só para sermos mais eficazes, mas também para evitar ferir os outros com nossas palavras”.

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Segundo o Papa, “para realmente conhecer Jesus, é preciso fazer uma caminhada; é preciso permanecer com ele e também passar por sua Paixão”.

“Ao vermos ele humilhado e sofrendo, ao experimentarmos seu poder salvador da cruz, podemos dizer que realmente o conhecemos. Não há atalhos para sermos discípulos de Jesus”, reforçou.

Ao encerrar sua catequese, Leo XIV pediu aos fiéis que orem para que todos aprendam a comunicar com honestidade e prudência, e que rezem pelos que foram feridos pelas palavras dos outros.

“Oremos pela Igreja, para que nunca falhe na sua missão de conduzir as pessoas a Jesus, para que ouçam sua palavra, sejam curadas por ela e tornem-se portadoras de sua mensagem de salvação”, concluiu.

Papa Leo XIV conversa com fiéis durante audiência geral em 30 de julho de 2025, no Vaticano. Crédito: Vaticano Media
Papa Leo XIV conversa com fiéis durante audiência geral em 30 de julho de 2025, no Vaticano. Crédito: Vaticano Media

Focos de esperança no mundo

Durante sua saudação à juventude presente, o papa incentivou-os a abrir seus corações “ao amor misericordioso de Deus, para que possam se tornar faróis de esperança no mundo”.

“Que esse encontro com Jesus na fraternidade fortaleça sua fé e esperança, encha seus corações de paz e os una em seu amor. Recebam esses dons de Cristo e compartilhem com seus irmãos e compatriotas”, disse.

Na mensagem dirigida aos fiéis de língua espanhola, o pontífice pediu que rezem “para que esses dias de oração, reflexão e amizade possam dar frutos”. A praça respondeu com forte aplauso e os jovens clamaram: “Somos os jovens do papa!”

Solidariedade às vítimas em República Democrática do Congo

O papa expressou sua “profunda tristeza” pelo ataque terrorista brutal ocorrido na noite de 26 para 27 de julho, em Komanda, no leste da República Democrática do Congo, onde mais de 40 cristãos foram assassinados durante uma vigília de oração na igreja e também em suas casas.

“Ao entregar as vítimas à misericórdia amorosa de Deus, rezo pelos feridos e pelos cristãos do mundo que continuam sofrendo violência e perseguição. Faço um apelo às autoridades locais e internacionais para trabalharem juntas na prevenção de tragédias assim”, declarou.

Por fim, o pontífice lembrou que 1º de agosto marca o 50º aniversário da assinatura do Ato Final de Helsinque, um acordo entre 35 países que buscava garantir a segurança no contexto da Guerra Fria.

Ele destacou que o evento “renovou o interesse pelos direitos humanos, especialmente a liberdade religiosa”. O Vaticano também teve papel ativo na promoção do compromisso político e moral pela paz, reforçou.

“Hoje, mais do que nunca, é fundamental preservar o espírito de Helsinque: perseverar no diálogo, fortalecer a cooperação e fazer da diplomacia o caminho preferencial para prevenir e resolver conflitos”, finalizou o papa.

Esta matéria foi originalmente publicada pela ACI Prensa, parceira de notícias da CNA, e foi traduzida e adaptada pela CNA.

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