O rapper Mauro Davi Nepomuceno, conhecido como Oruam, se tornou réu por tentativa de homicídio contra dois policiais civis após um confronto em sua residência. A juíza Tula Melo, da 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, aceitou a denúncia contra Oruam e um amigo, que também foi implicado no caso. As acusações surgem após a ação policial em busca de um menor suspeito de envolvimento em atividades criminosas.
Conflito com a polícia e as acusações
A ação que levou à prisão de Oruam ocorreu no dia 21 de julho, quando policiais civis tentaram cumprir um mandado de busca e apreensão. Durante a operação, Oruam e seu grupo reagiram atirando pedras nos agentes, o que levou à sequência de denunciados por tentativa de homicídio. A juíza Tula Melo destacou que uma das pedras, com peso de 4,85 kg, poderia ter causado morte se atingisse a cabeça de um dos policiais, pois a força do impacto superaria o limite de ferimento craniano.
Na nota divulgada pela assessoria de Oruam, a defesa questionou a fragilidade das provas coletadas. Afirmaram que não há respaldo técnico suficiente que comprove que o rapper realmente atirou pedras na direção dos policiais. Para a defesa, o processo apresenta uma construção de narrativa que tem mais a ver com interesses midiáticos do que com a realidade dos fatos.
A investigação e os novos desdobramentos
O rapper já enfrentava outros sete processos e estava preso preventivamente por um incidente anterior relacionado ao mesmo grupo de ações. Contudo, esta é a primeira vez que ele é formalmente acusado por tentativa de homicídio. A juíza, ao acatar a denúncia, exarada em um novo mandado de prisão preventiva, destacou a acusação de que Oruam teria agido de forma agressiva, esmurraçando um veículo de polícia antes da liberação dos agentes do local.
A defesa não apenas criticou a aceitação da denúncia, mas também fez questão de ressaltar a falta de evidências concretas, como laudos técnicos, que pudessem provar a ligação entre Oruam e as pedras lançadas. Sustentam que faltam provas materiais ou periciais que sustentem a acusação de tentativa de homicídio qualificado.
A versão de Oruam e suas alegações
A assessoria do rapper comunicou que as alegações contra ele são infundadas e revelam uma possível perseguição. “Oruam já havia sido alvo de denúncia anterior que não foi acatada pelo Ministério Público devido à fragilidade das provas”, afirmaram. Além disso, enfatizaram que não havia um risco real à integridade física dos policiais, já que eles não sofreram ferimentos ou danos que comprovassem a gravidade das ações de Oruam e de seu grupo.
A defesa defende que a narrativa apresentada pelo Ministério Público carece de bases sólidas e que muitos dos testemunhos são subjetivos. Acreditam que a situação escalou em um momento de estresse e agitação após um show onde os confrontos se intensificaram. Oruam e sua equipe alegam que a ação da polícia foi desproporcional e que as alegações poderiam ser uma tentativa de manchar a reputação do rapper, especialmente dentro do contexto de violência e criminalização que frequentemente envolve artistas de comunidades periféricas.
O que vem a seguir? Uma expectativa pela justiça
Atualmente, Oruam se encontra preso e à mercê dos desdobramentos da justiça. O processo segue, enquanto a equipe de defesa aguarda a chance de apresentar suas provas e defender a inocência do rapper. Com o cenário ainda indefinido, Oruam e seu advogado continuam otimistas em relação ao resultado final, acreditando que a verdade prevalecerá sobre as narrativas construídas até agora.
Conclusão
O caso de Oruam traz à luz questões importantes sobre a aplicação da lei, o uso da força policial e a interpretação da responsabilidade criminal em situações de confrontos. A luta por justiça e uma defesa justa se torna ainda mais urgente em um ambiente onde a criminalização de artistas de comunidades menos favorecidas é uma realidade complexa e desafiadora. Assim, a sociedade observa atentamente o desenrolar deste caso, que transcende a vida do rapper e toca em temas sociais e jurídicos mais amplos.
