Em um episódio tumultuado do qual o rapper Oruam se tornou protagonista, o menor conhecido como Menor Piu, de apenas 17 anos, apresentou um atestado médico falso na tentativa de burlar medidas socioeducativas impostas pela Justiça. O caso gerou revira-voltas que envolvem crimes, confusões e uma investigação sobre a autenticidade do documento apresentado.
A confusão com Oruam e sua repercussão
O incidente ocorreu no último dia 21, quando Menor Piu foi inicialmente detido. No entanto, o rapper Oruam e seus amigos acabaram atacando os policiais que o escoltavam, permitindo que o menor escapasse em meio ao tumulto. Na sequência, tanto Oruam quanto Menor Piu se entregaram às autoridades, mas as consequências foram desiguais para ambos.
Oruam, atualmente em prisão preventiva, enfrenta uma série de acusações, incluindo sete crimes, e se tornou réu por tentativa de homicídio devido aos ataques contra os policiais. Um dos objetos utilizados, uma pedra, pesava quase 5 kg, evidenciando a gravidade do ato. Por outro lado, Menor Piu foi rapidamente liberado pela Justiça, que decidiu por conceder a ele a semiliberdade, apesar de sua ligação com atividades criminosas no Rio de Janeiro.
O uso do atestado médico falso
Na última terça-feira (29), Menor Piu deveria retornar ao Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad) em Bonsucesso, mas sua mãe apresentou um atestado médico de três dias, supostamente assinado por uma médica da Clínica da Família Felipe Cardoso, localizada na Penha. No entanto, a equipe do Degase, ao verificar o documento, descobriu que ele era forjado.
A médica mencionada no atestado não trabalhou na unidade nos últimos dois anos, conforme apurado pela gerência da clínica, e esta não é a primeira vez que Menor Piu tenta usar um documento falso para evitar as medidas socioeducativas. Em maio, ele já havia alegado problemas de saúde para se ausentar, ficando mais de dois meses foragido.
Investigação e consequências
O caso gerou grande repercussão nas redes sociais e noticiários, não apenas pela ligação de Menor Piu com Oruam, mas pela ousadia em tentar ludibriar as autoridades usando um atestado médico falso. O caso foi registrado inicialmente na 37ª DP (Ilha do Governador) e agora está sob a investigação da 21ª DP (Bonsucesso), que apura o crime de uso de documento falso. As consequências legais para Menor Piu ainda são incertas, mas a situação evidencia a dificuldade que as autoridades enfrentam na contenção da criminalidade juvenil.
Um panorama mais amplo
Esse caso não é isolado e reflete uma problemática maior da relação entre jovens marginalizados e o sistema de justiça. As medidas socioeducativas, que deveriam servir como um instrumento de reabilitação, muitas vezes são burladas, levando a questões sobre a efetividade dessas políticas e a necessidade de uma abordagem mais integrada que não apenas puna, mas busque compreender os roots das desigualdades que fazem muitos jovens à margem da sociedade optarem pela criminalidade.
A história de Menor Piu, um jovem envolto em situações complicadas desde cedo, levanta discussões sobre a responsabilidade social e as alternativas disponíveis para a juventude em comunidades vulneráveis. A sociedade, como um todo, deve buscar soluções que antes previnam a criminalidade a partir da educação e do suporte psicológico e social, para que jovens como Menor Piu não vejam no crime a única saída para suas realidades.
Conclusão
O incidente envolvendo Oruam e Menor Piu é um reflexo das complexas interações entre crime, adolescência e justiça no Brasil. Enquanto as autoridades trabalham para investigar o uso de documentos falsos e lidar com o impacto direto da violência urbana, a sociedade deve se mobilizar para buscar alternativas que realmente transformem a vida desses jovens, garantindo-lhes um futuro digno e livre de violência.