A deputada Marjorie Taylor Greene (R-Ga.) tornou-se na segunda-feira a primeira parlamentar republicana a utilizar o termo “genocídio” para descrever a crise humanitária em Gaza, após comentários do ex-presidente Donald Trump sobre a fome na faixa de Gaza. A declaração gerou polêmica por parte de aliados e adversários na América e internacionalmente.
Greene denuncia crise humanitária e nega informações oficiais
Greene afirmou que o que acontece em Gaza é um genocídio e uma crise humanitária, contrariando relatos oficiais que indicam a existência de fome na região controlada pelo Hamas. “It’s the most truthful and easiest thing to say that Oct 7th in Israel was horrific and all hostages must be returned, but so is the genocide, humanitarian crisis, and starvation happening in Gaza,” publicou na rede social X (antiga Twitter). A congressista também acusou as autoridades de divulgar “uma mentira” sobre a crise alimentícia no território.
Ela declarou ainda que há uma tentativa de esconder a situação real das crianças e civis palestinos, reforçando sua narrativa de que a quantidade de imagens de crianças debilitadas e magras é “fake”.
Repercussões e contexto internacional
Reação de líderes e acusações
Enquanto isso, o ex-presidente Trump admitiu ter se sentido abalado ao assistir às imagens de crianças magras e desnutridas, dizendo que “não sabe” se concorda com o que afirma o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que os civis palestinos não estão sofrendo fome deliberada. “Apenas com as imagens, dá para perceber que elas parecem muito famintas”, afirmou Trump durante visita na Escócia.
O líder republicano também criticou a narrativa oficial de Israel, que acusa o Hamas por desviar suprimentos. Contudo, a Stamos do The New York Times revelou que não há evidências de que o Hamas esteja roubando ajudas humanitárias, como alegado por Israel.
Do lado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu negou que civis estejam passando fome deliberadamente, defendendo a ação militar contra o Hamas.
Conflitos e controvérsias
Greene também criticou outro republicano, o representante Randy Fine (R-Fla.), por apoiar a deterioração da situação em Gaza, além de reforçar que a guerra de Israel contra o Hamas, iniciada há quase dois anos, é responsável pelo agravamento da crise humanitária.
Ela afirmou que “uma representante judia dos EUA chamando a continuidade da fome de civis inocentes, incluindo crianças, de desastre, é uma vergonha”.
Impacto na opinião pública e reações internacionais
Imagens de crianças debilitadas e de extrema magreza, algumas com peso inferior ao de quando nasceram, têm circulado pela mídia mundial, acirrando o debate sobre o conflito. Segundo relatórios, essa situação estaria sendo usada por críticos para questionar a narrativa oficial de Israel.
O clima tensionado foi agravado por declarações de Trump na mesma semana, que afirmou estar “perturbado” com as imagens e relatos do que chamou de “fome real” em Gaza, apesar de sustentar que há dúvidas sobre a narrativa de Netanyahu.
A controvérsia acerca da crise em Gaza reflete tanto as divisões internas dos EUA quanto o aumento da polarização no debate internacional sobre o conflito no Oriente Médio.
Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost.