Na noite desta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou três ministros indicados pelo União Brasil para uma conversa no Palácio do Planalto. O objetivo da reunião foi expressar insatisfação em relação às críticas feitas pelo presidente do partido, Antônio Rueda, que externou suas preocupações sobre o governo petista. Apesar do União Brasil ser parte da coalizão governista, membros da legenda já sinalizaram a intenção de apoiar uma candidatura de oposição nas eleições presidenciais de 2026.
Ministros convocados e o clima da reunião
Os ministros das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, Integração Nacional, Waldez Góes, e Turismo, Celso Sabino, participaram do encontro que também contou com a presença da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Durante a reunião, Lula abordou diretamente as declarações de Rueda, que anteriormente havia criticado a condução do governo e o desempenho da gestão atual.
Críticas relevantes e a postura do União Brasil
Recentemente, durante um evento em São Paulo, Rueda afirmou que o presidente Lula contribuíra para a imposição de tarifas elevadas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, ao propor que o dólar deixasse de ser a moeda padrão no comércio global. O líder do União Brasil ainda sugeriu que Lula deveria entrar em contato com o ex-presidente Donald Trump para resolver essas questões, em vez de “tentar colher dividendos eleitorais”.
Essa postura, considerada danosa para o país por Rueda, não passa despercebida no cenário político, especialmente vindo de um membro de um partido que integra o governo.
A reação de Lula e o futuro do União Brasil no governo
De acordo com fontes presentes na reunião, Lula demonstrou preocupação com o comportamento de Rueda, que parece ter se colocado como um opositor ao governo em vez de apoiar a agenda governamental. Lula expressou sua insatisfação durante a conversa e enfatizou a importância do alinhamento entre as lideranças do União Brasil e o governo. Esta reunião ocorreu logo após o anúncio do rompimento do líder do Senado do União Brasil, Efraim Filho, com o governo Lula, após a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro declarar apoio à sua pré-candidatura ao governo da Paraíba.
Comprometimento dos ministros com a gestão
Frente às críticas e cobranças do presidente, os ministros convocados reafirmaram o comprometimento com o governo e garantiram que continuariam a apoiar Lula. O presidente sinalizou que convocará outras lideranças do União Brasil para um segundo encontro, incluindo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, a fim de discutir a posição da legenda dentro do governo.
Conversas diferenciadas com partidos aliados
Em outro momento do dia, Lula realizou uma reunião semelhante com ministros do MDB e lideranças do partido. No entanto, essa conversa foi marcada por um clima mais positivo e sem cobranças, focando em avaliações de cenário e projeções para o futuro, especialmente em relação às eleições de 2026. Os ministros do MDB – Simone Tebet (Planejamento), Jader Filho (Cidades) e Renan Filho (Transportes) – já se manifestaram publicamente em apoio a Lula nas próximas eleições.
Essas movimentações políticas demonstram o desafio que Lula enfrenta para manter a coesão de sua base aliada, especialmente em um momento em que a oposição começa a se organizar para as eleições de 2026. O diálogo contínuo com os partidos é crucial para assegurar a governabilidade e a continuidade de sua agenda no futuro próximo.