Na véspera de uma tarifa comercial de 50% anunciada pelo governo americano contra produtos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil não será subserviente às pressões dos Estados Unidos. Em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo The New York Times, Lula reforçou que o país busca negociar, mas sem abrir mão de sua soberania.
Lula defende autonomia e critica a postura dos EUA
O presidente brasileiro destacou que os Estados Unidos vêm ignorando as ofertas de diálogo do Brasil. “Tratamos isso com a máxima seriedade, mas seriedade não exige subserviência”, afirmou Lula. Ele também ressaltou que o Brasil não vai negociar como se fosse um país pequeno diante de uma potência mundial, reconhecendo o poder econômico, militar e tecnológico dos EUA, mas sem temê-los.
“Sabemos do poder econômico dos Estados Unidos, reconhecemos o poder militar e a dimensão tecnológica dos Estados Unidos. Mas isso não nos dá medo, isso nos causa preocupação”, declarou Lula. O presidente ainda criticou as justificativas apresentadas pelos americanos para aplicar a tarifa de 50% — a maior entre os países retaliados pelos Estados Unidos — alegando que o Judiciário brasileiro é independente.
Independência do Judiciário e impacto nas relações
Lula relembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil julga o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, e destacou que essa autonomia é fundamental para a democracia brasileira. “Talvez Trump não saiba que aqui no Brasil o Judiciário é independente”, afirmou Lula, reforçando que o país não aceitará ameaças ou imposições unilaterais.
Resistência brasileira diante das ameaças comerciais
O presidente reforçou que o Brasil não abrirá mão de sua soberania e que a postura do país perante os EUA é de firmeza. Ele alertou que os consumidores americanos podem acabar pagando a conta da tarifa, com produtos como café, carne e suco de laranja mais caros, caso as medidas de retaliação americanas tenham impacto direto na economia brasileira.
Expectativas e próximos passos
Lula declarou ainda que o Brasil continuará buscando negociações, mas sem aceitar imposições. O governo brasileiro considera importante manter sua autonomia e defende o respeito mútuo nas relações internacionais. A expectativa é de que o cenário de tensões possa evoluir para diálogos mais construtivos nos próximos meses, apesar da postura firme adotada pelo Brasil.
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