Em um caso que chocou a comunidade local, Rodrigo Avelino Barros, de 20 anos, foi condenado a uma pena de 9 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão em regime fechado, após tentar matar um travesti de 63 anos a facadas. O crime aconteceu no dia 1º de abril de 2024, em Carrasco Bonito, no norte do estado do Tocantins. Esta decisão foi proferida pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva durante um julgamento no Tribunal do Júri na Comarca de Augustinópolis.
Entenda o caso
Durante a noite do crime, uma discussão entre Barros e a vítima culminou em um ataque violento. Após a agressão, que causou ferimentos graves, o travesti foi socorrido e submetido a uma cirurgia. Até o momento, ele ainda utiliza uma sonda como resultado das lesões. A gravidade do ferimento e a natureza do crime levaram a Justiça a adotar uma postura severa em relação ao réu, que fugiu após cometer o delito, mas foi localizado e preso pouco depois.
Pena e motivação da decisão
A sentença foi fundamentada em provas e no próprio interrogatório de Barros, que confessou a sua participação na tentativa de homicídio. O juiz Alan Ide Ribeiro da Silva destacou durante a leitura da sentença que, devido à gravidade do crime e às ameaças constantes que foram direcionadas à vítima, a prisão preventiva deveria ser mantida. “Assim, nego ao réu o direito de recorrer em liberdade e mantenho a sua prisão preventiva, devendo permanecer no cárcere em que se encontra”, afirmou o juiz.
Reações da comunidade e da defesa
O caso gerou repercussão significativa entre os moradores da região e grupos de direitos humanos, que observam com atenção a forma como a Justiça lida com a violência e crimes de ódio. Vários ativistas acreditam que a condenação é um passo importante para a proteção da comunidade LGBTQIA+ e na luta contra a impunidade em casos de agressões homofóbicas.
O g1 Tocantins fez tentativas de contato com a defesa do acusado, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno. A expectativa é de que, após a publicação da sentença, a defesa reveja a estratégia de apelação e decida sobre possíveis próximos passos legais.
Desdobramentos e contexto social
Esse incidente não é isolado e reflete um problema mais amplo em várias regiões do Brasil, onde crimes de ódio, especialmente contra pessoas LGBTQIA+, continuam a ser uma preocupação crescente. Pesquisas apontam que, em muitos lugares, a violência contra essa comunidade tem aumentado, e muitas vítimas enfrentam ainda mais dificuldades devido à estigmatização social.
Próximos passos e o papel da Justiça
Com a condenação, surgem importantes questionamentos sobre os próximos passos na proteção da comunidade e como o sistema judicial brasileiro pode aprimorar a aplicação de leis que visem coibir essa violência. O caso de Rodrigo Avelino Barros servirá de referência para futuras decisões judiciais e políticas públicas que buscam garantir a segurança e dignidade de todos os cidadãos.
Enquanto isso, o travesti que sobreviveu ao ataque continua em recuperação, passando por um difícil processo, não apenas físico, mas emocional, devido ao trauma causado pela brutalidade do ato. Assim, a sociedade ainda se pergunta: como prevenir que tragédias como esta se repitam? A resposta costuma estar nas mãos de todos nós, que devemos lutar por um futuro onde todas as vidas são respeitadas e protegidas.
O caso seguirá seu curso na Justiça, e a expectativa é que mais desdobramentos surjam nas próximas semanas. A população de Carrasco Bonito e outras partes do Tocantins permanecem atentas aos desdobramentos e às decisões que podem impactar diretamente a vida social e comunitária, especialmente diante de um crime tão hediondo.
Fórum de Augustinópolis
Divulgação/TJTO