Brasil, 31 de julho de 2025
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Governo Lula busca proteger empregos diante do tarifão nos EUA

Medidas para evitar queda no emprego são discutidas, incluindo programa de manutenção semelhante ao da pandemia de Covid-19

O governo Lula está priorizando a preservação dos empregos no Brasil diante da possibilidade de tarifa adicional de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que pode entrar em vigor nesta sexta-feira. interlocutores do Palácio informou que, caso a sobretaxa seja concretizada, é bastante provável a criação de um programa de manutenção de empregos, inspirado na iniciativa adotada durante a pandemia de Covid-19.

Medidas para conter impactos do tarifaço dos EUA

Segundo fontes do governo, a ideia é que a ação seja mais localizada do que a pandemia, permitindo às empresas se reorganizar para buscar novos mercados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que uma medida para proteger empregos está entre as opções apresentadas ao presidente Lula, embora ainda sem uma decisão definitiva. “Há vários cenários, mas a decisão final cabe ao presidente”, afirmou.

Reação do governo e estratégias econômicas

Além da proposta de um programa de preservação de empregos, o governo estuda oferecer linhas de crédito emergenciais, com juros abaixo dos praticados no mercado, para ajudar empresas afetadas por perdas nas exportações para os EUA. A medida tem foco especial nas pequenas empresas, que representam uma fatia significativa na dependência do mercado americano, sobretudo em estados como Ceará, Espírito Santo e Paraíba, onde o grau de dependência chega a 44,9%, 28,6% e 21,6%, respectivamente.

“Parte das medidas precisa ser implementada logo após o início da tarifa, especialmente para empresas diretamente atingidas”, afirmou Haddad em entrevista à CNN Brasil. Ele também destacou que há medidas de curto, médio e longo prazo em análise, incluindo estratégias de realocação de produtos para outros mercados, como aço, frutas e setor de aviação, como a Embraer.

Repercussões e posicionamentos internacionais

Durante as discussões, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou as ações protecionistas dos EUA, destacando que o Brasil possui ferramentas legais, como a Lei de Reciprocidade Econômica, para responder a práticas discriminatórias. “Vamos agir de forma firme”, disse.

Por outro lado, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que os EUA atuam contra o Brasil por motivação política, especialmente após a carta do presidente Donald Trump, que se referia ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo judiciário brasileiro. “As ações unilaterais dos EUA são injustificadas e motivadas por interesses políticos”, declarou.

Impacto regional e perspectivas futuras

Dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que estados como Ceará, Espírito Santo e Paraíba são os mais dependentes do mercado americano. As exportações para os EUA representam respectivamente 44,9%, 28,6% e 21,6% do total, o que aumenta a vulnerabilidade dessas regiões ao cenário internacional.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo trabalha em propostas para realocar produtos brasileiros e evitar impactos severos na economia. “Vamos propor que o Brasil possa redirecionar suas exportações e adotar medidas de reciprocidade, se necessário”, disse.

Embora o impacto econômico do tarifão ainda seja uma preocupação, há também um esforço político para que a percepção pública do governo não seja negativamente afetada pelos efeitos de uma possível recessão ou queda de empregos.

Para saber mais detalhes sobre as estratégias do governo, acesse o artigo completo no Globo.

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