Brasil, 31 de julho de 2025
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Fifa e FIFPRO em conflito: ataques e solicitações de mudanças

O conflito entre a FIFPRO e a Fifa se intensifica, com acusações de politização e propostas para o bem-estar dos jogadores.

O embate entre a FIFPRO, o sindicato mundial de jogadores, e a Fifa, máxima entidade do futebol, ganhou um novo capítulo nas últimas semanas, refletindo um cenário de descontentamento que pode impactar diretamente a carreira e bem-estar dos atletas. Recentemente, o diretor jurídico e de compliance da Fifa, Emilio Garcia, teceu críticas contundentes ao presidente da FIFPRO, Sergio Marchi, acusando-o de desviar o foco das necessidades reais dos jogadores ao politizar as discussões trabalhistas em vez de buscar soluções efetivas.

Críticas ao papel da FIFPRO nas negociações

Em uma coletiva de imprensa, Garcia afirmou: “O problema aqui é que Sergio e a FIFPRO não estão interessados em resolver problemas. Mas, sim, em criar manchetes e se envolver em política.” Essas declarações refletem um sentimento crescente dentro da Fifa de que a FIFPRO não está cumprindo seu papel como representante dos interesses dos jogadores. A Fifa alega que a aproximação com os sindicatos nacionais deve ser preferida, visto que existem 211 países afiliados, enquanto a FIFPRO alega representar apenas 70 sindicatos ao redor do mundo.

O contexto do conflito se tornou mais tenso após críticas feitas por Marchi ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, e uma reunião que ocorreu na Holanda com 60 membros da FIFPRO, onde a organização expressou sua insatisfação com a governança da entidade. De acordo com integrantes da FIFPRO, o atual modelo seria “autocrático” e em detrimento do bem-estar dos jogadores.

Debates sobre o bem-estar dos jogadores e propostas concretas

Não obstante as críticas, a Fifa realizou uma reunião em Nova York com sindicatos nacionais para discutir melhorias no bem-estar dos atletas, que incluíram propostas de descanso de 72 horas entre jogos e um mínimo de 21 dias de férias ao final da temporada. A ausência da FIFPRO nesse encontro foi um ponto de questionamento na reunião em que Garcia participou, levantando novas discordâncias sobre a representação e o que é melhor para os jogadores.

Garcia argumentou que o silêncio da FIFPRO sobre os outros 140 sindicatos que não faziam parte de sua alegação de representação era problemático. Ele afirmou que “devemos negociar com todos os representantes dos jogadores de todos os lugares do mundo”. Essa visão indica um desejo de construir um ambiente colaborativo, ao contrário do que enfatiza a FIFPRO, que gerou tensão nas tratativas recentes.

A posição dos sindicatos nacionais e seus interesses

As queixas dos sindicatos que participaram da reunião em Nova York sugerem que muitos estão insatisfeitos não apenas com a postura de Marchi, mas também com a maneira como a FIFPRO vem conduzindo as discussões. Garcia ressaltou que várias representações de países como Espanha, Brasil e Ucrânia estavam presentes, representando milhares de jogadores que anseiam por ações concretas para melhorar as condições de trabalho no esporte.

“Estamos cansados de que a FIFPRO faça política. Queremos avançar em benefícios para os jogadores. A política do Marchi e Infantino não nos interessa. O que importa são mudanças eficazes”, disse Garcia, enfatizando a urgência de uma nova abordagem nas negociações que possam ser mais eficazes para os atletas.

Polêmicas internas e futuras medidas da Fifa

Ainda que a FIFPRO esteja à frente na defesa dos direitos dos jogadores, dentro da Fifa há uma percepção crescente de que as posturas adotadas na proteção do bem-estar dos atletas não devem ser exclusivas de um único órgão. Garcia fez questão de frisar que “não há diferença entre Fifa e FIFPRO” e que muitos avanços em termos de proteção aos atletas vieram da própria Fifa e não da FIFPRO.

Além disso, ele anunciou que a criação de um grupo de trabalho, composto por sindicatos nacionais, será implementada para garantir que as normas discutidas em Nova York sejam efetivas dentro de cada país. A Fifa também está em processo de analisar os contratempos ocorridos durante o Mundial de Clubes, buscando evitar que problemas como calor excessivo e paralisações se repitam na Copa de 2026.

Com toda essa tempestade de críticas e reivindicações, o futuro das relações entre a FIFPRO e a Fifa é incerto, mas o desejo de alcançar melhorias para os jogadores é uma demanda que, agora mais do que nunca, precisa ser atendida.

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