Na manhã de quarta-feira (30), pelo horário local, a cidade de Okazaki, no Japão, atravessou um momento de tensão com o potente terremoto de magnitude 8,8 que atingiu a Península de Kamchatka, na Rússia. Este evento é considerado o mais forte desde o devastador tremor de 2011, que causou enorme destruição em Fukushima e milhares de mortes.
Desdobramentos do terremoto e alerta de tsunami
Joanice e Jusciê Arcanjo, uma família brasileira que reside no Japão há 15 anos, compartilharam sua experiência. Ao acordarem para os relatos do terremoto, receberam rapidamente alertas de tsunami que exigiam evacuação em áreas costeiras. “Moramos aqui no Japão, eu e minha família, há 15 anos. E nós vivemos algo bem emocionante no dia de hoje”, comentou Joanice, descrevendo a situação como angustiante.
As crianças, que estavam de férias, foram rapidamente retiradas do que estavam fazendo pelos pais, que precisaram voltar do trabalho para buscá-las. “Os pais tiveram que voltar para pegar as crianças e refugiar nas montanhas. Mas não houve nada de grave”, afirmou Jusciê, minimizando os impactos diretos sobre sua família.
Impactos do tsunami ao redor do Pacífico
Embora os danos mais severos tenham sido observados no Extremo Oriente Russo, onde foram registrados ondas de até 5 metros, o Japão e vários países da América Latina e da costa oeste dos Estados Unidos também emitiram alertas e foram afetados. Em Severo-Kurilsk, na península russa, portos foram inundados e várias embarcações foram danificadas, resultando em mais de 2 mil evacuações e informes sobre feridos leves.
No Japão, ondas de até 1,3 metro chegaram a áreas da ilha de Hokkaido, levando a evacuação de aproximadamente 1,9 milhão de pessoas em 21 prefeituras costeiras. O governo japonês manteve vigilância reforçada ao longo de toda a costa do Pacífico, abrangendo de Hokkaido a Kyushu.
A experiência de sobrevivência e o medo do passado
Relembrando o terremoto devastador de 2011, a família Arcanjo expressou preocupação com a possibilidade de uma repetição daquela tragédia. “A gente ficou com medo se aconteceria isso de novo, mas não houve nada grave”, disse um dos filhos do casal, trazendo um pouco de alívio em meio ao estresse. Durante o terremoto anterior, a família precisou se deslocar temporariamente para outro país e retornou somente após 90 dias.
Reações internacionais e medidas preventivas
As autoridades em países afetados, que também incluíram os Estados Unidos, México, Guatemala, Equador, Peru, Chile e Costa Rica, emitiram alertas e sugestões de não se aproximar de áreas costeiras. Situações similares ocorreram no Havaí, onde ondas de até 1,2 metro impactaram praias e o governador local declarou estado de emergência, com diversas evacuações em curso.
No Canadá e no México, medidas preventivas se fizeram necessárias, assim como em Guam, onde foram instadas evacuações preventivas. Já na América do Sul, países como Chile e Equador se prepararam para receber ondas com potencial de chegar a 3 metros, incluindo em zonas como as Ilhas Galápagos.
Conclusão e monitoramento contínuo
Atualmente, as autoridades continuam a monitorar as condições no Oceano Pacífico, previstas para evoluir nas próximas horas. A resposta rápida da comunidade e a solidariedade entre os brasileiros em solo japonês são testemunhos da resiliência diante do inusitado desafio que um terremoto e tsunami representam.
Em suma, a experiência da família Arcanjo e a resposta coordenada dos governos locais e internacionais exemplificam como a natureza pode trazer episódios de tensão, mas também a união e atenção em momentos críticos.