O Produto Interno Bruto (PIB) ajustado pela inflação dos EUA cresceu 3% na taxa anualizada de abril a junho, após uma retração de 0,5% no trimestre anterior, revelou o Departamento de Comércio nesta quarta-feira. O dado indica uma recuperação mais sólida da economia americana, mesmo diante de desafios recentes no mercado imobiliário e na stillação de estoques.
Crescimento impulsionado por consumo e exportações líquidas
As exportações líquidas contribuiram com 5 pontos percentuais ao PIB, revertendo a forte queda observada nos primeiros meses do ano. O consumo, que representa dois terços do PIB, aumentou 1,4%, porém o ritmo foi o mais fraco em trimestres consecutivos desde a pandemia. “Embora o resultado seja positivo, há sinais de desaceleração na demanda”, afirmou Eliza Winger, economista da Bloomberg Economics.
Variações na demanda e os efeitos do protecionismo
Os gastos dos consumidores foram impulsionados por uma recuperação nas vendas de bens duráveis, como veículos, além de uma leve alta nos serviços. No entanto, a demanda mais fraca, combinada com a desaceleração nos investimentos empresariais, indica que a recuperação está mais moderada. Economistas destacam que as políticas comerciais protecionistas de Donald Trump, incluindo tarifas, dificultam uma leitura clara da atividade econômica e geram distorções nos números.
Mercado de trabalho e incertezas políticas
As contratações no setor privado cresceram 104 mil na circulação de julho, depois de uma retração no mês anterior, segundo dados da ADP. Apesar disso, o ritmo de criação de empregos ainda reflete uma demanda de trabalho mais fraca. A confiança do consumidor se fortaleceu após sinais de melhora na política comercial e acordos com parceiros como União Europeia e Japão, o que ajudou a sustentar o mercado de ações e a elevar os rendimentos dos títulos do Tesouro americano.
Itens que pesaram negativamente na economia
O setor imobiliário continua apresentando fraqueza, com investimento residencial caindo 4,6% em ritmo anualizado, o pior desde 2022. Além disso, a variação dos estoques das empresas subtraiu 3,17 pontos percentuais do crescimento, reflexo da redução das exportações líquidas após aumentos no início do ano.
Desafios futuros e política monetária
O governo dos EUA também anunciou que manterá cortes de impostos, previstos na lei orçamentária sancionada por Trump, para estimular o investimento empresarial. A expectativa é de que o Federal Reserve mantenha as taxas de juros atuais, apesar do otimismo com o PIB, enquanto analistas monitoram sinais de desaceleração na inflação, que subiu 2,5% no segundo trimestre.
Trump celebrou os dados do PIB nas redes sociais, qualificando o resultado como “muito melhor do que o esperado” e renovando seu apelo por cortes nas taxas de juros, que podem auxiliar na continuidade do crescimento econômico. Além disso, enquanto alguns setores mostram sinais de recuperação, o mercado imobiliário e os estoques ainda representam obstáculos na trajetória de retomada.
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