Os dados do relatório trimestral divulgado pela Petrobras nesta terça-feira (29) revelam que, no segundo trimestre de 2025, 8% do petróleo exportado pelo Brasil seguiu para os Estados Unidos. Os derivados, como diesel e querosene de aviação, tiveram participação ainda maior, representando 28% das exportações brasileiras aos americanos.
Exportação de petróleo e derivados para os EUA
Segundo o documento, a participação do Brasil no mercado americano de derivados de petróleo tem apresentado tendência de queda. No primeiro trimestre de 2025, os EUA adquiriram 37% dos derivados brasileiros, enquanto no mesmo período de 2024 essa fatia chegou a 50%. Os derivados lideram as exportações para os Estados Unidos, ficando atrás apenas de Cingapura, com 63% do volume total.
Contexto político e comercial
Nos últimos dias, ainda, surgiram tensões no comércio bilateral, com o governo americano ameaçando impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros ao afirmar que a exportação de petróleo e derivados poderia ser alvo de cobranças. Apesar do receio inicial, o Governo dos Estados Unidos decidiu estabelecer exceções, incluindo petróleo entre os produtos isentos da tarifa, conforme publicado em ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump na quarta-feira (30).
Essa medida foi motivada por alegações de perseguição política contra ex-presidentes brasileiros, citando o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no STF por tentativa de golpe de Estado. Além disso, há investigações internas contra práticas comerciais do Brasil, como o uso do Pix, considerados desleais pelos americanos.
Os principais destinos das exportações de petróleo brasileiro
Dados recentes mostram que, em 2024, o petróleo bruto foi o principal produto de exportação do Brasil, atingindo US$ 44,8 bilhões em vendas externas — o equivalente a 13,3% do total das exportações do país, conforme informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
A maior parte do petróleo exportado pela Petrobras, maior produtora nacional, vai para a China, que respondeu por 54% das vendas de óleo bruto no segundo trimestre de 2025, seguida pela Europa com 19% e demais países da Ásia, que representam 12%. Os destinos latino-americanos totalizaram apenas 6%, e África do Sul, 2%.
Os Estados Unidos ficaram com 8% do petróleo exportado, uma redução significativa em relação aos 37% registrados no início de 2025 e aos 50% de igual período de 2024, refletindo uma mudança nos mercados de destino da estatal.
Busca por novos mercados e produção nacional
Segundo a Petrobras, o aumento da participação na China ocorreu por conta de esforços contínuos de desenvolvimento de mercado, incluindo a venda de petróleo do pré-sal para novos clientes e novas regiões, como a África do Sul, onde a estatal realizou sua primeira venda para uma refinaria local.
No segundo trimestre de 2025, a produção total de petróleo e gás natural pela Petrobras atingiu 2,9 milhões de barris por dia, crescimento de 5% em relação ao primeiro trimestre e de 8,1% comparado ao mesmo período de 2024.
Apesar do volume menor de petróleo bruto exportado aos EUA, a participação de derivados nesta relação indica uma forte presença brasileira no mercado americano de combustíveis, mesmo com a tendência de redução.
Perspectivas futuras
O relatório reforça a estratégia da Petrobras de diversificar mercados de exportação, valorizando o crescimento da produção e buscando alternativas para ampliar sua presença internacional. Ainda, o contexto político e comercial internacional deverá influenciar o fluxo de comércio de petróleo brasileiro nos próximos trimestres.
Para mais detalhes, acesse o relatório completo da Petrobras.