Brasil, 31 de julho de 2025
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Eua avaliam tarifa zero para produtos não produzidos localmente

Secretário de Comércio dos EUA sugeriu tarifa zero para itens como café, cacau, manga e recursos naturais, potencialmente afetando o Brasil.

Em um movimento que pode indicar uma negociação antes da entrada em vigor de tarifas elevadas prevista para esta sexta-feira, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que produtos não produzidos internamente pelo país poderiam ter tarifa zero. Apesar de não citar o Brasil explicitamente, lista itens como manga, café, cacau e recursos naturais presentes na pauta de exportações brasileiras.

Pontos-chave na discussão tarifária entre EUA e Brasil

Segundo Lutnick, a proposta de tarifa zero para determinados produtos busca criar uma brecha na política tarifária. O Brasil fornece cerca de um terço do café consumido nos EUA, além de exportar volumes expressivos de cacau, suco de laranja e outros recursos naturais. O objetivo é evitar que os custos das tarifas recaiam sobre os consumidores americanos, especialmente em itens básicos como café e suco de laranja.

Geraldo Alckmin, vice-presidente e responsável pelo diálogo com Washington, afirmou que o governo brasileiro trabalha para que a redução da alíquota seja para todos os setores, visando evitar prejuízos ao comércio e à economia do país. Ele também destacou que houve uma nova rodada de conversas com grandes empresas de tecnologia americanas, incluindo Meta, Google, Amazon, Apple, Visa e Expedia.

Negociações e estratégias brasileiras

Recentemente, Alckmin propôs a criação de um grupo de trabalho para discutir o ambiente regulatório, inovação tecnológica e segurança jurídica, buscando uma postura mais colaborativa com as big techs. As empresas brasileiras de aviação, como a Embraer, também reivindicam a exclusão de setores específicos do tarifaço, como o de aeronaves, que inclui clientes nos EUA.

Segundo fontes, o governo brasileiro pode oferecer a exclusão de itens como suco de laranja e café, além de aeronaves da Embraer, para evitar prejuízos econômicos. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio negou que esteja negociando a exclusão de setores, afirmando que o foco continua na negociação geral da tarifa de 50%.

Impactos sobre o mercado brasileiro

O Brasil é um grande exportador de café, responsável por cerca de 33% do consumo dos EUA, com mais de 8 milhões de sacas enviadas em 2024. Já no setor de cacau, as exportações totalizaram US$ 72,7 milhões de janeiro a junho de 2024, representando 18% do total exportado pelo Brasil de derivados do fruto.

Para o setor de suco de laranja, que responde por 42% das exportações brasileiras aos EUA, a adoção do tarifaço poderia acarretar prejuízos de até R$ 4,3 bilhões, especialmente por causa da dependência do mercado americano, que enfrenta uma produção reduzida devido à doença de greening.

Possíveis caminhos e futuro das negociações

Howard Lutnick indicou que produtos que os EUA não produzem podem entrar com tarifa zero, incluindo frutas como manga e abacaxi, assim como outros recursos naturais. O Brasil pretende propor uma isenção para itens como suco de laranja, café e até aeronaves da Embraer durante as tratativas.

O vice-presidente Alckmin reforçou que o objetivo do governo é diminuir a tarifa de 50% para todos os setores, mas que há uma necessidade de diálogo e análise cuidadosa, considerando experiências internacionais, como na Europa. A expectativa é que as negociações avancem, com a formação de um grupo de trabalho para tratar das questões regulatórias e comerciais.

Para mais detalhes, confira a matéria completa no Source link.

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