O governo brasileiro aguarda uma resposta de Jamieson Greer, representante comercial dos Estados Unidos, para dar início às negociações que possam evitar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras nos EUA. A expectativa é que Greer confirme a abertura para diálogo antes de dar passos concretos na questão.
Quem é Jamieson Greer e qual o seu papel nas negociações
Formado em Relações Internacionais pela Universidade Brigham Young e com mestrado no Science Po e na Universidade Paris I Panthéon-Sorbonne, Greer foi chefe de equipe na Agência de Comércio dos EUA (USTR) durante o primeiro mandato de Donald Trump. Ele é considerado uma peça-chave na definição da política de tarifas protecionistas aplicada pelo governo americano.
Com experiência na negociação de acordos internacionais e atuação na área de segurança nacional, Greer também trabalhou na advocacia e serviu na Força Aérea dos EUA no Iraque. Sua formação em direito comercial e sua trajetória no setor reforçam seu perfil de negociador estratégico e alinhado à política “America First”.
Contexto e trajetória do representante
Durante o governo Trump, Greer apoiou a implementação de tarifas generalizadas como forma de fortalecer a indústria americana. Sua atuação na USTR esteve marcada pela estratégia protecionista, incluindo a taxação do aço e alumínio, além do acordo comercial Fase 1 com a China. Essas ações geraram críticas de economistas, mas Greer defende que as tarifas ajudam a gerar empregos, elevar salários e reduzir a inflação nos EUA.
Segundo pronunciamentos disponíveis no site oficial do USTR, Greer acredita que os EUA devem manter uma “sólida base de manufatura” para garantir uma competição justa no mercado mundial, enfatizando a necessidade de um “campo de jogo nivelado”.
Dinâmica atual e perspectivas para o Brasil
Atualmente, a prioridade de Greer é aplicar a política de “America First” no comércio internacional, buscando colocar os interesses dos EUA em destaque. Após declarações de Howard Lutnick, secretário de Comércio dos EUA, de que alimentos e recursos naturais poderiam ser isentos de tarifas, Greer assumiu uma postura mais rigorosa na pauta de negociações.
O Brasil, que tem interesse em reverter a tarifa proposta, acompanha atentos os movimentos de Greer, que também é considerado fundamental para a conclusão de acordos comerciais entre EUA, México e Canadá, na continuação do novo tratado de livre comércio na região.
Próximos passos e impacto nas relações comerciais
Embora o Brasil aguarde uma sinalização oficial de Greer, as negociações ainda não avançaram, mantendo o cenário de incerteza. Analistas avaliam que a postura de Greer pode influenciar não só o diálogo bilateral, mas também o clima de negócios na América Latina, sobretudo na relação comercial com os EUA.
Para mais detalhes sobre os interesses comerciais brasileiros na relação com os EUA, confira o artigo completo no site do O Globo.
