Nos meses de abril a junho de 2025, os Estados Unidos adquiriram 8% de todo o petróleo exportado pela Petrobras, segundo o relatório trimestral divulgado na terça-feira (29) pela estatal. Em relação aos derivados, como diesel e querosene de aviação, a participação americana sobe para 28%.
Peticão por mercados e repercussões das tarifas
Apesar do volume exportado, houve preocupação recente com a possibilidade de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros nos EUA. Na quarta-feira (30), o presidente americano, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que estabelece tarifas de até 50% para itens importados do Brasil, incluindo petróleo, mas com exceções para minérios, fertilizantes e energia. Segundo o documento, as exportações de petróleo continuam protegidas.
O gesto de Trump ocorre em meio a investigações internas contra práticas comerciais brasileiras, como a do sistema de pagamentos Pix, considerados por EUA como desleais. Ainda assim, o petróleo segue sendo uma das principais commodities na pauta de exportação do Brasil, ocupando o primeiro lugar em 2024, com US$ 44,8 bilhões negociados.
Petróleo e derivados na pauta de exportações
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o petróleo bruto representa 13,3% do total de exportações brasileiras. A Petrobras é a maior produtora do país, respondendo por 89,3% da produção, com destaque para os campos operados pela própria estatal.
Na divisão por destinos, a China lidera com 54% das exportações de petróleo bruto, seguida pela Europa (19%) e Ásia, exceto China (12%). Os Estados Unidos ocupam a quarta posição, com 6%, ficando atrás de mercados como a China e a Europa, e abaixo do registrado no primeiro trimestre de 2025, quando representaram 4%.
Busca por novos mercados e tendências em exportações
A Petrobras informou que aumentou a participação da China nos destinos das exportações de petróleo, de 50% para 54%, enquanto a Europa e a Ásia tiveram redução. A estatal busca diversificar seus mercados, inclusive com vendas diretas para novos clientes, como uma refinaria na África do Sul, além de desenvolver a comercialização de óleos do pré-sal.
Em relação aos derivados de petróleo, os EUA representam 28% das exportações, uma participação que vem declinando, passando de 37% no primeiro trimestre de 2025 e de 50% no segundo trimestre de 2024.
Produção de petróleo e gás natural
O relatório aponta que, no segundo trimestre de 2025, a produção de petróleo e gás natural atingiu 2,9 milhões de barris por dia, um crescimento de 5% em relação ao primeiro trimestre e de 8,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A Petrobras mantém sua posição como maior produtora nacional, consolidando sua atuação na matriz energética do país.
Os dados reforçam a importância da Petrobras no cenário energético internacional, em meio às tensões comerciais e às estratégias de expansão de mercados.
