Brasil, 31 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Embraer fica livre da taxação de 50% pelos EUA

Empresa brasileira, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, é excluída da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos

A Embraer, uma das principais fabricantes de aeronaves do planeta, foi excluída da lista de aproximadamente 700 produtos considerados exceções na tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A decisão, divulgada na semana passada, representa um reconhecimento estratégico das atividades da empresa para Brasil e EUA, segundo fontes da própria Embraer.

Reconhecimento da importância da Embraer na agenda bilateral

Para a Embraer, a liberação é uma demonstração do valor estratégico de suas operações na relação comercial entre Brasil e Estados Unidos. Em nota oficial, a companhia afirmou que “continuamos defendendo firmemente o retorno à regra de tarifa zero para a indústria aeroespacial global” e reforçou a importância do diálogo contínuo entre os governos dos dois países, com otimismo em relação a resultados positivos.

“Mais importante ainda, apoiamos o diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano e permanecemos confiantes em um resultado positivo para os dois países”, destacou a empresa.

Impacto da tarifa de 50% na Embraer e no mercado

Na semana passada, a Embraer alertou que a tarifa de 50% elevaria o preço de cada avião comercial comercializado com os EUA em cerca de R$ 50 milhões, inviabilizando parte das vendas. A projeção indica que, até 2030, o custo adicional de tarifas pode atingir R$ 20 bilhões.

Desde o dia 2 de abril, os produtos da Embraer estão sujeitos a uma tarifa de 10%, condição que permanecesse até a recente exclusão das aeronaves na lista de exceções. Com a nova decisão, as ações da companhia valorizaram aproximadamente 11% nesta quarta-feira (30).

Contexto do tarifão e justificativas americanas

O tarifão de 50% foi estabelecido por Donald Trump na Ordem Executiva, que a classificou como uma medida de defesa nacional, alegando que o Brasil representa uma ameaça incomum e extraordinária à segurança dos EUA. Segundo o documento, o Brasil estaria promovendo “perseguição, intimidação e censura” ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, além de ações do governo brasileiro contra plataformas digitais e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Trump também acusou o ministro de abusar de sua autoridade judicial ao supostamente atacar oponentes políticos, proteger aliados corruptos e sufocar dissidências, em uma alegada coordenação com outras autoridades brasileiras. Esses argumentos têm sido contestados por analistas e pelo próprio governo brasileiro, que criticam a medida como uma afronta às relações diplomáticas.

O peso econômico das exportações brasileiras para os EUA

De acordo com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), os 694 produtos excluídos da tarifa representam US$ 18,4 bilhões em exportações brasileiras ao longo de 2024, equivalentes a 43,4% do total de US$ 42,3 bilhões enviados ao mercado estadunidense.

O setor de aeronaves, onde a Embraer lidera, vendeu US$ 2 bilhões em 2024, metade desse valor concentrado em aeronaves leves, destaque da fabricante brasileira. Além disso, o setor de combustíveis liderou as exportações com US$ 18,4 bilhões no último ano.

Ações da Embraer e o cenário futuro

As ações da Embraer reagiram positivamente à notícia, atingindo alta de quase 11% nesta quarta-feira (30). A expectativa agora é de que o diálogo diplomático continue buscando a retomada da tarifa zero para os produtos brasileiros.

Entenda o conflito e as justificativas americanas

A medida de Trump foi fundamentada na alegação de que o Brasil constituiria uma ameaça à segurança dos EUA, devido às ações do governo brasileiro, especialmente relacionadas ao ex-presidente Bolsonaro e às decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo o documento, essas atitudes representam violações dos direitos humanos e instabilidade política, além de supostas tentativas de censura e abuso de poder.

Apesar da tensão, a Embraer reafirmou seu compromisso com o diálogo e a cooperação internacional, defendendo um ambiente de competição justa e livre de tarifas excessivas, que possam inviabilizar negócios e prejudicar os interesses econômicos do Brasil.

Fonte:Agência Brasil

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes