O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (30/7) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Essa foi a primeira pausa após sete altas consecutivas desde setembro do ano passado, quando o ciclo de aperto monetário teve início.
Decisão do Copom e contexto da política de juros
Os integrantes do Copom são responsáveis por decidir se a taxa Selic será cortada, mantida ou elevada, com o objetivo de controlar a inflação. A decisão de hoje reforça a intenção do banco central de aguardar o efeito das altas anteriores sobre os preços.
Segundo o Banco Central, a taxa ficará vigente pelos próximos 45 dias, até a próxima reunião marcada para 16 e 17 de setembro, quando uma nova avaliação deverá ocorrer.
Sinalização de interrupção no ciclo de altas
Na reunião de junho, o Copom decidiu por unanimidade elevar a taxa de 14,75% para 15%, atingindo o maior patamar desde julho de 2006, no início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi marcada pela análise de que o ciclo de altas tinha sido “rápido e firme”, levando o banco a antecipar a pausa na elevação dos juros.
Na ata divulgada, o BC destacou que continuará monitorando os efeitos do aperto monetário, buscando avaliar se a taxa atual é adequada para a convergência da inflação à meta estabelecida.
A situação dos juros no Brasil
- A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação no país.
- As decisões do Copom visam ajustar a taxa para manter os preços sob controle, influenciando o consumo e os investimentos.
- O aumento nos juros encarece o crédito e tende a desacelerar a atividade econômica, resultando em queda de preços.
- Projeções de mercado indicam que o Brasil provavelmente manterá a taxa acima de dois dígitos até 2028, com expectativa de moderada redução ao longo dos anos.
- A próxima reunião do Copom será nos dias 16 e 17 de setembro de 2025.
Expectativas do mercado e cenário futuro
O relatório Focus, do Banco Central, aponta que a expectativa dos analistas é de que a Selic permaneça em 15% ao ano até o final de 2025, sem previsões de novos aumentos. Para 2026, a previsão é de 12,50%, e para 2027 e 2028, de 10,50% e 10%, respectivamente.
Assim, o mercado não acredita que a taxa básica de juros ficará abaixo de dois dígitos até o final do mandato do presidente Lula, em 2026, nem durante o mandato de Gabriel Galípolo na presidência do BC, previsto para terminar em 2028.
Perspectivas e próximos passos
O BC reforça que o ciclo de alta foi “bastante rigoroso” e que os impactos dessa política ainda estão por vir. A instituição continuará avaliando o momento adequado para ajustar a taxa, conforme os dados econômicos e a trajetória da inflação.
As próximas reuniões do Copom estão agendadas para os dias 28 e 29 de janeiro de 2025 e 16 e 17 de setembro de 2025, entre outras datas previstas no calendário de 2025 e 2026.
Para mais detalhes, acesse o site da Metropoles.