O presidente da Caritas Internationalis, cardeal Tarcisio Kikuchi, SVD, afirmou nesta semana que os jovens humanitários representam a esperança da Igreja na luta contra o egoísmo, considerado o maior problema atual da sociedade. A declaração foi feita durante uma visita a Roma, onde ele apoiou delegações juvenis da instituição em evento do Jubileu da Juventude.
Juventude como força de esperança e solidariedade
Em entrevista concedida à CNA, Kikuchi destacou que muitos jovens vivem em situações difíceis no mundo todo, enfrentando problemas sociais, econômicos e de educação. Segundo ele, a proposta da Caritas é mostrar às novas gerações que todos são irmãos e que a solidariedade é fundamental para construir um mundo mais justo.
“Vocês, jovens, representam o presente desta realidade, e a esperança está em vocês”, afirmou o cardeal, ressaltando a importância de dar voz aos que querem transformar a sociedade a partir de ações humanitárias.

Durante sua visita, o cardeal também destacou o papel dos jovens na promoção de valores de paz e na construção de comunidades solidárias. Ele afirmou que, apesar dos desafios atuais, a juventude tem a capacidade de ser uma força transformadora, levando esperança a lugares marcados por conflitos e desigualdade.
Fazer da paz uma prioridade
Inspirado pelos apelos do Papa Francisco, Kikuchi reforçou a importância de transformar as mensagens de paz e esperança em ações concretas. O Papa tem insistido que a Igreja deve ser testemunha de esperança, especialmente através do empenho dos jovens.
“As vozes de vocês, jovens, clamam por paz e justiça, e devem ecoar até os confins do mundo”, declarou o pontífice em sua mensagem na Praça de São Pedro, na terça-feira. “Queremos, todos juntos, clamarmos por uma paz mundial duradoura”, pediu o Papa.

Jovens construindo pontes de solidariedade regional
Sam Ratha Lay, coordenador nacional da Caritas Ásia, enfatizou que a Igreja precisa das mãos dos jovens para fortalecer ações de auxílio às regiões afetadas por desastres naturais, como enchentes e terremotos. Segundo ele, a participação juvenil é essencial para a construção de resiliência comunitária e a prevenção de futuras crises.
Compromisso com os mais vulneráveis
Entre os jovens delegados presentes, a catariana Engy Zaher destacou sua atuação na coordenção de um programa de reabilitação de dependentes químicos. Ela reforçou que enfrentar problemas como pobreza, falta de acesso a saúde mental e desemprego é fundamental para oferecer esperança e dignidade a quem enfrenta dificuldades.
Vozes da juventude na política e na sociedade
Edward Marshall, do CAFOD, frisou que a advocacia – ou seja, lutar pelos direitos das populações vulneráveis — é tão importante quanto as ações de socorro imediato. Ele destacou que os jovens possuem energia e discernimento para influenciar políticas públicas em benefício do planeta e das populações pobres.
“Se lhes derem uma plataforma, jovens usarão sua energia e sabedoria para promover mudanças reais”, afirmou Marshall. Para ele, o futuro da liderança mundial também depende do engajamento das novas gerações.
Kristina Millare é colaboradora freelancer com experiência na cobertura de temas humanitários e do setor de desenvolvimento.