Quatro ruas no entorno do Fórum de Limeira, em São Paulo, estão com o trânsito bloqueado desde a madrugada desta quarta-feira (30) devido ao júri popular de sete homens acusados de envolvimento no assassinato de Maiara Fernanda da Silva Valério, de 24 anos. O julgamento, que se estenderá até quinta-feira (31), tem atraído a atenção pública devido à gravidade do caso.
Bloqueio e segurança durante o julgamento
O bloqueio foi ordenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e afeta as seguintes vias:
- Rua Senador Vergueiro
- Rua Santa Cruz
- Rua Boa Morte
- Rua Treze de Maio
Motoristas que transitam pela área do Fórum devem usar rotas alternativas, uma vez que agentes de trânsito e a Polícia Militar estão presentes em todos os pontos de interdição. A previsão é de que os bloqueios se estendam possivelmente até sexta-feira (1º), dependendo do andamento do júri.
Detalhes do caso
O crime que leva os réus ao banco dos acusados ocorreu em setembro de 2022. De acordo com a acusação, Maiara foi assassinada durante um “tribunal do crime” em ação promovida por uma facção criminosa. O juiz Fábio Augusto Paci Rocha, da 1ª Vara Criminal, determinou que o julgamento se realizasse em dois dias consecutivos para facilitar a logística com os réus, além de evitar a fadiga e a exaustão de todos os envolvidos.
O magistrado também estabeleceu restrições de trânsito em torno do Fórum para garantir a segurança dos participantes e evitar possíveis incidentes.
Condições adicionais de segurança
Além do bloqueio de ruas, foi solicitado um contingente de policiais militares para garantir a segurança dentro e fora do Fórum, considerando o número elevado de réus envolvidos no processo. Durante a audiência, vencedores do primeiro dia do julgamento serão escoltados para um hotel, onde receberão a vigilância de policiais até o retorno ao Fórum no dia seguinte.
Diante da pressão sobre testemunhas de acusação que manifestaram receio de comparecer ao júri, o juiz determinou a condução coercitiva dessas pessoas, uma prática legal que obriga a presença de alguém em juízo, mesmo que relutante.
Cronologia do crime e investigações
Os suspeitos foram detidos entre 2022 e 2023, conforme a polícia foi juntando evidências sobre o desenvolvimento de uma organização criminosa. Um dos acusados era o líder desse grupo e supostamente coordenava os “julgamentos” clandestinos, onde Maiara teria sido alvo após ser acusada de colaborar com as autoridades policiais.
Após o livre desfecho do sequestro de Maiara e amigas em janeiro de 2022, relatos indicam que ela foi libertada devido à gravidez. Contudo, em setembro do mesmo ano, entregaram-se a uma nova onda de violência, resultando em seu assassinato, com seu corpo encontrado em uma área rural.
Descobertas e implicações na investigação
Durante a operação relacionada a esse caso, uma carta foi recuperada, a qual continha detalhes sobre o sequestro e morte de Maiara. O documento corroborava que ela havia sido “perdoada” no sequestro inicial, mas que a decisão de morte foi tomada quando souberam sobre a gravidez. Além disso, a carta mencionou a necessidade de pressão sobre outras vítimas do mesmo sequestro para que alterassem seus testemunhos.
Como reflexo do clima de medo e insegurança, o juiz decidiu que os réus não teriam direito a recorrer em liberdade, dada a grave repercussão do caso na comunidade de Limeira, especialmente no bairro onde os crimes ocorreram.
Perspectivas para o futuro
As defesas dos réus argumentam que há falhas nas investigações e falta de provas concretas que liguem seus clientes ao crime. O juiz, no entanto, afirmou que há indícios suficientes para a continuidade do julgamento, destacando a importância de esclarecer os fatos e assegurar a Justiça no caso de Maiara Fernanda.
Aguarda-se com expectativa o desfecho desse caso, que não apenas impactou a comunidade local, mas também trouxe à tona discussões sobre o narcotráfico e a violência associada em áreas urbanas no Brasil.
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