Brasil, 31 de julho de 2025
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Atletas femininas devem passar por teste genético para competir

World Athletics inicia exigência de exame de DNA para confirmação de sexo antes dos Campeonatos Mundiais de Atletismo.

A partir de 1º de setembro de 2025, todas as atletas que desejarem competir na categoria feminina dos Campeonatos Mundiais de Atletismo deverão se submeter a um teste genético que confirma seu sexo. A medida é uma resposta à crescente controvérsia em torno da inclusão de atletas trans e do conceito de gênero em competições esportivas, especialmente após incidentes que chamaram a atenção internacional, como no caso da boxeadora argelina Imane Khelif durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Exigências do novo regulamento

Segundo a nova regulamentação da World Athletics, o teste a ser realizado consiste em uma amostra de saliva que detecta o gene SRY, que é um indicador confiável do sexo biológico. Essa exigência se aplica exclusivamente às atletas que pretendem competir em eventos femininos, destacando a intenção da organização em manter a integridade e a equidade no esporte.

O presidente da World Athletics, Lord Sebastian Coe, afirmou que a organização está comprometida em “proteger e promover a integridade do esporte feminino”. Segundo ele, “em nível de elite, para competir na categoria feminina, uma atleta deve ser biologicamente feminina”. Essa declaração tem reverberado em meio a um debate acalorado sobre a intersecção entre gênero e biologia no esporte.

Controvérsias no mundo do esporte

A necessidade deste teste surge após a medalha de ouro polêmica conquistada por Imane Khelif, que esteve envolvida em um intenso debate sobre gênero e competição. Khelif foi banida da competição da International Boxing Association em 2023, e sua trajetória até a final dos Jogos Olímpicos de Paris gerou discussões acaloradas sobre a rectidão do sistema, levando a intervenções da Comissão Olímpica Internacional.

Críticos da nova regulamentação levantam preocupações sobre a inclusão e a discriminação, enquanto defensores argumentam que as medidas são essenciais para garantir um jogo justo e igualitário. A implementação do teste é vista por muitos como um passo necessário, mas pode ter repercussões significativas para atletas trans e intersexuais.

Testes e sua aplicação

O teste não invasivo pode ser realizado por meio de um swab bucal ou, se necessário, através de análise de sangue seco. A nova regra não apenas se aplica aos campeonatos da World Athletics, mas também influenciará outras competições nacionais e internacionais.

A regulamentação busca não apenas abordar as preocupações atuais, mas também estabelecer uma base para futuros debates sobre questões relacionadas a gênero no esporte, reconhecendo a complexidade dessa discussão. A expectativa é que os resultados dos testes e novas análises ajudem a moldar as políticas da organização nos anos seguintes.

Reações da comunidade esportiva

A resposta à nova exigência do teste tem sido mista, com algumas atletas e representantes defendendo a implementação, enquanto outros se opõem, alegando que isso poderia levar à exclusão de atletas que se identificam como mulheres, independentemente de suas características biológicas. “Não somos contra a inclusão, mas acreditamos que precisamos proteger a natureza das competições femininas”, afirmou uma atleta anônima em um recente fórum esportivo.

O teste do gene SRY será aplicado de maneira rigorosa, conforme informado pela World Athletics. É uma parte de um conjunto maior de esforços para garantir que as competições sejam justas e equilibradas. Coe reiterou que “nenhuma das opções é invasiva e todas estarão em conformidade com os padrões médicos internacionais”.

O movimento gera expectativa, pois o debate em torno da identidade de gênero e sua representação nos esportes continua a evolucionar. Com a proximidade dos Campeonatos Mundiais em Tóquio, que se iniciam em 13 de setembro, a World Athletics espera que essas diretrizes ajudem a resolver partes dessa discussão longa e muitas vezes divisiva no mundo do esporte.

Esta nova exigência levanta questões sobre o futuro das competições femininas e como as organizações desportivas poderão navegar as complexas interações entre gênero, identidade e competição. O que fica claro é que, independentemente da polêmica, mudanças regulatórias continuarão a moldar o futuro do atletismo e do esporte em geral.

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