Brasil, 31 de julho de 2025
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Arcebispo Gallagher destaca que universidades católicas buscam a verdade, não apenas crucifixos

Secretário do Vaticano afirma que universidades católicas se distinguem pela busca da verdade em harmonia com a fé, promovendo diálogo e paz globalmente

O arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário para as relações com Estados e organizações internacionais do Vaticano, afirmou nesta segunda-feira (28) que as universidades católicas não se definem pela quantidade de crucifixos, mas pela busca da verdade alinhada à certeza da fé. A declaração foi feita durante a conferência de abertura da 28ª assembleia geral da Federação Internacional de Universidades Católicas (IFCU), realizada em Guadalajara, México.

O papel das universidades católicas na construção da paz

Durante sua participação na reunião, Gallagher enfatizou que as instituições de ensino católicas têm uma missão central: atuar na construção da paz por meio do conhecimento, do diálogo e da formação de líderes éticos. Segundo ele, em um momento global marcado por conflitos armados, divisões ideológicas e polarizações crescentes, as universidades católicas devem reafirmar sua vocação original de serem faróis de humanidade e compreensão.

“Universidades católicas — assim como representantes papais — sempre foram exemplos de conhecimento, fé e serviço à humanidade,” destacou o arcebispo, ressaltando o potencial dessas instituições como agentes ativos no cenário internacional.

Diplomacia acadêmica como ponte entre culturas

Para Gallagher, o conceito de “diplomacia acadêmica” é essencial nesta época turbulenta. Ele define essa prática como um instrumento fundamental para o diálogo entre povos e áreas do conhecimento, promovendo a paz por meio do engajamento ético e do respeito mútuo. “As universidades podem desenvolver a diplomacia acadêmica como uma forma de promover a paz através de reflexões profundas e do diálogo respeitoso,” afirmou.

O secretário também defendeu a importância de redescobrir o valor universal de uma identidade católica enraizada, capaz de dialogar com diferentes culturas sem perder seu centro. “Uma educação verdadeiramente católica não é isolada, mas aberta ao mundo e comprometida com a busca universal pela verdade,” afirmou, lembrando que a concepção cristã do ser humano fortalece a fundação para a paz: “Cada pessoa, feita à imagem e semelhança de Deus, é uma base sólida para construir a paz por meio do diálogo.”

Universidades como sementes de paz

Gallagher compartilhou ainda sua experiência pessoal na Pontifícia Universidade Gregoriana, ilustrando como o ambiente universitário pode fomentar laços autênticos e promover uma cultura de paz. Para ele, as universidades não são torres de marfim desconectadas da realidade, mas agentes ativos na construção de uma cultura de paz no cotidiano.

Ele destacou que essa missão exige uma estrutura colaborativa e interdisciplinar, onde a troca de ideias enriquece todas as partes e forma líderes capazes de orientar suas sociedades com sabedoria e compaixão. “Somente mediante essa troca podemos enfrentar de forma sustentada os desafios de guerra e paz no mundo de hoje,” explicou.

Os desafios da diplomacia na busca pela paz

Ao tratar das estratégias de atuação, Gallagher ressaltou que muitas das dificuldades atuais só podem ser resolvidas ao se voltar aos princípios éticos e humanitários. “A ignorância desses princípios pode agravar rapidamente situações já delicadas e gerar consequências gravíssimas,” alertou.

Ele também afirmou que a diplomacia precisa de especialistas, mas sobretudo de generalistas com perspectiva ampla e nuançada, capazes de compreender o contexto de forma holística. Por fim, o arcebispo reforçou que a diplomacia do Vaticano não se rende ao pragmatismo, mas permanece enraizada em princípios humanos universais.

“Nos nossos esforços, promovemos a paz, defendemos a dignidade humana e damos voz aos sem voz, especialmente aos pobres, deslocados e marginalizados,” concluiu Gallagher.

Essa reflexão reforça o papel das universidades católicas como atores essenciais na construção de uma cultura de paz global, atuando além das salas de aula e contribuindo ativamente para um mundo mais justo e solidário.

Fonte: ACIPRENSA

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