Brasil, 30 de julho de 2025
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Vandalismo e violência aumentam contra a comunidade cristã em Taybeh

Settlers israelenses atacaram a cidade cristã de Taybeh, na Cisjordânia, em meio a uma escalada de ações violentas na região.

Na madrugada de 28 de julho de 2025, moradores da cidade de Taybeh, no leste de Ramallah, relataram um ataque de colonos israelenses que destruiu veículos e provocou incêndios na comunidade cristã. Este episódio ocorre em meio a um aumento de ocorrências violentas na Cisjordânia, alimentado pela impunidade e tensões crescentes.

Incidente em Taybeh e respostas internacionais

Segundo testemunhas, cerca de duas horas da manhã, um grupo de colonos invadiu um bairro de Taybeh, incendiando dois veículos civis e pintando graffiti em hebraico. Uma das mensagens, “Mughayyir, você vai se arrepender”, faz referência a uma vila palestina atingida por ataques semelhantes anteriormente. A cidade, uma das últimas comunidades exclusivamente cristãs na Palestina, tem sido alvo de uma série de ataques no último mês.

Jeries Azar, uma das vítimas, contou ao CNA que seu carro foi consumido pelas chamas enquanto sua família dormia, colocando em risco seus entes queridos. “Minha maior preocupação era o meu filho de dois anos. Corremos através da fumaça e do fogo, ele chorou por mais de uma hora”, relatou.

Taybeh atacada por colonos israelenses na madrugada de 28 de julho de 2025, numa crescente onda de violência na Cisjordânia. Crédito: Ministério de Relações Exteriores e Expatriados
Taybeh atacada por colonos israelenses na madrugada de 28 de julho de 2025, numa crescente onda de violência na Cisjordânia. Crédito: Ministério de Relações Exteriores e Expatriados

Autoridades religiosas e diplomáticas condenaram veementemente o ataque. Os Patriarcas e Líderes das Igrejas em Jerusalém manifestaram “profunda preocupação e condenação às repetidas agressões contra Taybeh”, ressaltando que tais atos não são casos isolados, mas parte de um padrão preocupante de violência promovido por colonos contra comunidades palestinas, seus lares e locais sagrados.

Além disso, a Autoridade Palestina qualificou a ação como “crime organizado terrorista” e responsabilizou o governo israelense por permitir e facilitar esses atos de agressão. O Fórum Ecumênico das Igrejas na Terra Santa também pediu uma investigação internacional imparcial, alertando que tais ataques corroem a convivência e a confiança dos cristãos palestinos em sua terra natal.

Contexto e desdobramentos

Recentemente, Taybeh vem sofrendo uma série de agressões, incluindo ações de incêndio na área ao redor da Igreja de São Jorge, patrimônio histórico da cidade. Com esse novo ataque, o crescimento da violência alimenta o medo entre moradores e líderes religiosos, que alertam para o risco de um possível declínio da presença cristã na região.

Em resposta, diplomatas internacionais manifestaram solidariedade aos residentes de Taybeh. O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, visitou a comunidade após ataques anteriores, enquanto o embaixador da Alemanha, Steffen Seibert, condenou veementemente os colonos extremistas, afirmando que “são criminosos, independentemente de qualquer justificativa religiosa ou territorial”.

Por outro lado, o parlamento israelense aprovou uma resolução que recomenda a anexação da Cisjordânia, movimento que aumenta as tensões internacionais e arrisca aprofundar a crise na região, colocando em xeque o futuro das comunidades cristãs na Palestina.

Perspectivas futuras e riscos para a comunidade cristã

Especialistas alertam que a continuidade da impunidade e da violência pode levar à desertificação social e religiosa na área. A sede de Taybeh e outros líderes locais continuam pedindo por maior proteção internacional e responsabilidade das autoridades israelenses para garantir a segurança dos residentes.

A situação de Taybeh reflete o clima de instabilidade que assolam os territórios ocupados, onde o conflito político e religioso continua a colocar em risco não apenas a paz, mas a própria sobrevivência das comunidades cristãs na Palestina.

(Fonte: ACI MENA)

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