O ex-presidente Donald Trump afirmou nesta terça-feira que Jeffrey Epstein “tirou” jovens mulheres que trabalhavam no spa de Mar-a-Lago, o clube privado na Flórida. Durante entrevista no Air Force One, Trump confirmou que Epstein contratava ou levava funcionárias do estabelecimento, embora não tenha especificado quantas ou por quanto tempo.
Acusações de Epstein “roubar” funcionárias de Mar-a-Lago
Questionado por repórteres sobre seu rompimento com Epstein, Trump disse que, após descobrir que o financiador havia “levado” mulheres do spa do seu clube, pediu que ele não fizesse mais isso. “Eu tenho um spa ótimo, um dos melhores do mundo em Mar-a-Lago, e as pessoas foram retiradas por ele… e outros vieram reclamar, dizendo que ele estava levando nossas funcionárias”, afirmou. “Eu falei para ele que não queríamos isso, ele disse ok, mas depois fez de novo.”
Inclusão de Virginia Giuffre na conversa
Ao ser questionado sobre Virginia Giuffre, uma vítima de Epstein que afirma ter sido recrutada enquanto trabalhava no Mar-a-Lago como adolescente, Trump confirmou que ela poderia estar entre as funcionárias “roubadas”. “Acho que ela trabalhava no spa. Ela foi ‘roubada’. E, aliás, ela não tinha reclamações nossas, de acordo com o que sei”, declarou. “Ele (Epstein) levou ela, sim.”
Relacionamentos de Trump com Epstein em foco
Desde a publicação de um artigo pelo Wall Street Journal, alegando que Trump enviou uma carta de aniversário ao financiador em 2003, a relação entre ambos tem sido alvo de questionamentos. Trump nega ter escrito a carta e entrou na Justiça contra o jornal, seus donos e os jornalistas responsáveis. O Departamento de Justiça também revelou que seu nome consta nos arquivos de Epstein, alimentando especulações.
Repercussões e investigações em andamento
Após o relato, Trump pediu que o Procurador-Geral, Pam Bondi, solicitasse à Justiça a liberação de depoimentos de grande júri feitos contra Epstein, mas uma solicitação foi negada por um juiz na Flórida. Uma nova decisão está pendente e alimenta as expectativas sobre o avanço das investigações.
Este episódio ocorre em meio ao interesse renovado pelas conexões de Epstein, especialmente após o FBI e o Departamento de Justiça concluírem que o financista não possuía uma lista de clientes ou co-conspiradores. Epstein morreu em 2019, em uma prisão, considerada suicídio por autoridades.
Especialistas e políticos de ambos os lados têm cobrado maior transparência do governo americano sobre os arquivos relacionados ao caso. Trump, por sua vez, tenta minimizar os impactos, embora suas ligações com Epstein estejam sob o microscópio.