Brasil, 30 de julho de 2025
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Tarifa de importação dos EUA deve impactar exportações brasileiras, apontam estudos

A escalada das tarifas de importação pelos EUA, prevista para entrar em vigor em agosto, pode provocar perdas bilionárias às exportações brasileiras

A partir de 1º de agosto, as tarifas de importação nos Estados Unidos terão impacto direto nas exportações brasileiras, que devem sofrer perdas bilionárias. Segundo análise da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os efeitos sobre a economia do país serão expressivos, com consequências maiores em estados altamente dependentes do mercado norte-americano.

Estados mais expostos às tarifas de importação americanas

O Ceará, Espírito Santo e Paraíba estão entre os mais afetados. Quase metade das exportações cearenses em 2024 destinava-se aos EUA, principalmente produtos da indústria de transformação, como metalurgia, alimentos, papel, couro e calçados. No Espírito Santo, o percentual foi de quase um terço, enquanto na Paraíba, pouco mais de 20%. Segundo a CNI, essa dependência reforça o potencial impacto econômico nesses estados.

Impacto regional e setor por setor

Na análise da CNI, as perdas são mais evidentes nas regiões Sul e Sudeste, onde as economias apresentam exportações mais diversificadas. São Paulo lidera as perdas financeiras, seguida pelo Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.

No Norte, o Amazonas e o Pará também aparecem entre os mais afetados. O impacto nesses estados varia conforme o peso do mercado americano nas exportações locais — o Polo Industrial de Manaus, no Amazonas, é uma das principais referências nesse cenário, além da indústria metalúrgica e química no Pará.

Impactos menores nas regiões Centro-Oeste e Nordeste

Cada vez menos afetados, estados como Roraima, Sergipe, Acre, Piauí e Amapá situam-se na ponta do impacto econômico causado pelas tarifas americanas, que também devem ser sentidos de forma proporcional em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pernambuco e o próprio Ceará.

Estimativas e estudos sobre o impacto econômico

O levantamento foi realizado pela CNI com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além de estimativas da Universidade Federal de Minas Gerais, capazes de indicar os efeitos regionais na economia estadual. O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou que os Estados Unidos representam um destino predominante para muitos produtos exportados pelos setores industriais brasileiros, o que amplia a expectativa de perdas econômicas.

“Os efeitos podem ser significativos para toda a cadeia produtiva do país”, afirmou Alban. Ainda segundo a CNI, a diminuição das exportações pode afetar a geração de empregos e o crescimento do PIB em várias regiões, especialmente naquelas com menor diversidade de mercados internacionais.

A expectativa é que o impacto nos PIBs estaduais seja ampliado à medida que o efeito das tarifas se consolidar, reforçando a necessidade de estratégias de diversificação de mercados por parte dos exportadores brasileiros. Os resultados também reforçam a importância de políticas públicas que possam mitigar esses efeitos a curto e médio prazo.

O cenário reforça a necessidade de acompanhamento e adaptação contínua das estratégias de exportação dos estados brasileiros face ao aumento das tarifas americanas, que, se mantidas, poderão alterar significativamente o panorama econômico regional.

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