Na semana passada, Sydney Sweeney foi revelada como nova rosto da campanha de jeans da American Eagle, mas a iniciativa rapidamente gerou críticas e debates online. Com o slogan “Sydney Sweeney has great jeans,” um trocadilho com “great genes,” a campanha explorou referências genéticas, mas seu conteúdo controverso chamou atenção para questões de sexualização e possíveis conotações políticas.
Conteúdo polémico e reação do público
Nos anúncios, Sydney afirma, por exemplo, “Minha composição corporal é determinada pelos meus genes”, enquanto outra peça mostra ela dizendo que “meus genes passam de uma geração para outra” e que “meus jeans são azuis”. Apesar de não estarem oficialmente nas redes sociais da marca, esses vídeos circularam amplamente, gerando acusações de hipersexualização, principalmente considerando que o público-alvo inclui mulheres jovens.
Além disso, a frase “great genes” levantou suspeitas de possíveis referências e insinuações de eugenia, especialmente em um contexto de crescente preocupação com discursos de direita e ideologias que exaltam características hereditárias. Especialistas alertam para o risco de normalizar esses conceitos em campanhas de moda.
Histórico e comparações com campanhas clássicas
A campanha de Sydney remete a anúncios clássicos de marcas como Calvin Klein, especialmente aquele de Brooke Shields, de 1980, em que ela fala sobre o “segredo da vida” escondido no código genético. Na época, as publicidades foram consideradas polêmicas, pois Brooke tinha apenas 15 anos, e, anos depois, ela admitiu sua ingenuidade quanto às conotações sexuais. Ainda assim, também afirmou orgulho pelo sucesso da campanha.
Campanha com propósito social
Outro aspecto que intensificou o debate foi o vínculo da campanha com a conscientização contra a violência doméstica. Segundo comunicado da própria American Eagle, uma motivaçao de borboleta na parte de trás das calças representa essa causa, e 100% do valor arrecadado com a venda do “The Sydney Jean” será destinado à Crisis Text Line, serviço de apoio psicológico gratuito.
Reações e posicionamentos
Sydney, que costuma manter uma postura politicamente neutra, declarou que “não há muito o que fazer” diante da atenção pública, reforçando que apenas busca ser ela mesma. Críticos, entretanto, argumentam que a campanha foi uma estratégia de marketing de risco, explorando temas sensíveis. Enquanto isso, a publicidade provocou uma série de análises comentando a incógnita entre sua imagem pública e a narrativa transmitida pelas peças publicitárias.
O que esperar dali para frente
Apesar das controvérsias, a iniciativa continua gerando visibilidade, e a marca ainda não se posicionou oficialmente sobre as críticas. Especialistas indicam que, dependendo da repercussão e do apoio ao projeto de combate à violência doméstica, a campanha pode ter efeitos positivos, embora o impacto de suas mensagens subjacentes ainda seja incerto.
Com essa discussão, fica evidente o quanto a publicidade de marcas de moda está em debate no Brasil e no mundo: até que ponto a estética e os produtos justificam associações a temas complexos e divisivos?