A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira (29) que o presidente Lula deveria ligar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para esclarecer a diferença entre a questão política e comercial no contexto do tarifaço anunciado para a próxima sexta-feira. Tebet destacou que a motivação de Lula está relacionada a interesses políticos, especialmente ligados ao ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Diálogo diplomático como caminho para o entendimento
Durante entrevista à Globo News, Simone Tebet afirmou que, caso fosse o presidente Lula, faria um esclarecimento direto aos Estados Unidos para evitar que a narrativa se torne unilateral. “Se não houver da nossa parte um esclarecimento nessa pauta política, fica só a narrativa de um dos lados”, disse a ministra. Ela sugeriu que a comunicação deveria ser tranquila e transparente.
“Eu colocaria na mesa, começaria dizendo: presidente Trump, o senhor foi induzido a erro. O Brasil é uma democracia, a diplomacia Brasil Unidos vive 200 anos muito bem. O Brasil precisa dos Estados Unidos, como os Estados Unidos têm coisas que dependem do Brasil também”, afirmou Tebet.
Independência judiciária e liberdade de expressão
Ela reforçou que o Brasil é uma democracia sólida, com poderes independentes. “O poder Judiciário é independente, eu não tenho, porque aqui não é uma ditadura, nem tenho a capacidade de interferir numa decisão judicial”, explicou. Simone Tebet também convidou Trump a vir ao Brasil para conhecer a autonomia dos poderes e a liberdade de expressão no país.
“Eu convidaria o presidente Trump para vir novamente ao Brasil: para ver que aqui a imprensa é livre, que os Poderes são independentes, que o Congresso Nacional é fortalecido e que vivemos com liberdade de expressão”, declarou.
Necessidade de ponto de partida na conversa
A ministra ressaltou que Lula não teria problema em fazer a ligação, mas que é necessário estabelecer um “ponto de partida” para evitar uma escalada de tensions. Segundo ela, o ponto de partida deve ser entender o que o governo americano realmente deseja em relação ao Brasil e o que o país tem a oferecer, ainda sem divulgar oficialmente.
“O problema é que eu preciso minimamente de um ponto de partida para que a situação não piore”, afirmou Tebet. Ela destacou que o governo americano ainda não revelou suas reais intenções ao Brasil, o que dificulta um diálogo aberto.
Perspectivas de entendimento
Segundo Tebet, uma comunicação clara e diplomática pode ajudar a evitar que o conflito político se intensifique. Ela reforçou a importância de esclarecer que o Brasil defende seus interesses de forma independente e que a relação com os Estados Unidos deve seguir baseada no respeito mútuo.
Para mais informações, acesso a a reportagem da Globo.