Brasil, 30 de julho de 2025
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Professore de direito canônico é demitido em Detroit após críticas ao Papa Francisco

Edward Peters, especialista em direito canônico, foi dispensado do seminário de Detroit após declarações críticas ao Papa Francisco durante o pontificado.

O professor de direito canônico Edward Peters, de 68 anos, que atuava no Seminário Major de Sacred Heart em Detroit desde 2005, foi recentemente despedido pelo arcebispo Edward Weisenburger. Peters anunciou nas redes sociais que teve seu contrato de ensino encerrado nesta semana e afirmou já ter contratado advogado.

Contexto da demissão e posicionamento de Peters

Segundo Peters, a demissão ocorreu nesta semana e ele preferiu não fazer comentários adicionais, pedindo orações em suas redes sociais. “Excepto para oferecer minhas orações pelos afetados por esta notícia e pedir as deles em troca, não tenho mais comentários neste momento”, afirmou.

Uma fonte da Arquidiocese de Detroit declinou comentar oficialmente sobre o caso, alegando que “não comenta questões de pessoal do arcebispado ou do seminário”.

Trajetória e influência de Peters

Peters é conselheiro da Signatura Apostólica, o tribunal supremo de justiça da Igreja Católica, tendo sido nomeado por Papa Bento XVI em 2010, sendo o primeiro leigo a ocupar esse cargo em mais de um século. Ele obteve seu doutorado em direito canônico pela Universidade Católica de América em 1991 e é reconhecido por traduções importantes do Código de Direito Canônico de 1917 e estudos sobre o de 1983.

Críticas ao Papa Francisco durante o pontificado

Um aspecto comum aos agora ex-professores do seminário de Detroit é que todos criticaram publicamente o Papa Francisco. Peters escreveu em seu blog de direito canônico, “In Light of the Law”, onde manifestou desacordo com algumas posições do pontífice, especialmente em relação à interpretação do Vaticano II e à Doutrina Social da Igreja.

Em textos publicados em 2016 e 2018, Peters criticou a abordagem do Papa Francisco sobre a permissão de comungar divorciados recasados em certas circunstâncias e a condenação da pena de morte, expressando grave preocupação com as mudanças na doutrina católica formalizadas pelo pontífice.

Repercussões e comentários na Igreja

Os dois teólogos Ralph Martin, de 82 anos, e Eduardo Echeverria, de 74, também foram dispensados do seminário de Detroit no final de julho, em situação semelhante a Peters. Martin afirmou ao National Catholic Register que a sua demissão foi “um choque” e que não recebeu uma explicação detalhada, alegando que houve preocupações sobre suas opiniões teológicas.

Todos eles, incluindo Peters, criticaram publicamente o pontificado de Pope Francisco, o que revela uma postura de resistência a mudanças doutrinais promovidas pelo atual líder da Igreja.

Posição do arcebispo Weisenburger e contexto atual

Eleito arcebispo de Detroit em março passado, após atuar como bispo de Tucson, Arizona, Weisenburger manifestou durante uma coletiva de imprensa que admira Pope Francisco, chegando a chamá-lo de “o homem perfeito na hora certa” e “quase um santo”. Durante entrevista no dia em que Francisco faleceu, reforçou sua admiração pelo papa.

Até o momento, a Arquidiocese de Detroit não forneceu detalhes específicos sobre as demissões de Peters, Martin e Echeverria, reforçando que questões de pessoal não são divulgadas oficialmente.

Este caso levanta debates internos na Igreja sobre liberdade de expressão, fidelidade à doutrina e o impacto das posições públicas dos acadêmicos e clérigos.

Para mais informações, acesse a fonte original.

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