Brasil, 30 de julho de 2025
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Preso pela Interpol, líder do PL pede reação da Câmara sobre Carla Zambelli

O líder do PL na Câmara critica prisão de Carla Zambelli e solicita que a Casa reaja. Parlamentar foi detida após condenação pelo STF.

Na tarde desta terça-feira, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), fez duras críticas à prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Detida na Itália após ser incluída na lista vermelha da Interpol, a parlamentar se tornou uma figura polêmica, e a sua detenção acendeu um debate intenso entre os membros da Casa Legislativa.

A reação do PL e a crítica à omissão do Parlamento

“Não se trata mais de um caso isolado. É um sinal de que a ruptura institucional já não é um risco, é uma realidade em construção. Se o Parlamento aceitar calado o exílio político de seus membros, a censura de seus líderes e a criminalização da oposição, estará assinando sua própria rendição. Não será por golpe, será por omissão. Por isso, a bancada do PL conclama todas as bancadas e líderes desta Casa a reagirem. Porque hoje é Carla Zambelli. Amanhã, será qualquer um de nós”, disse Cavalcante em uma nota enviada à imprensa.

As circunstâncias da prisão

A prisão de Carla Zambelli ocorreu dois meses depois que ela deixou o Brasil. A Interpol a submeteu a sua lista vermelha, tornando-a procurada em 196 países. Esta ação foi uma consequência da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia imposto uma condenação de dez anos de reclusão à parlamentar por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Divisões na Câmara sobre a situação de Zambelli

Embora o líder do PL tenha se manifestado de forma veemente, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adotou um tom diferente. Ele declarou que a Casa Legislativa não deve votar a prisão da deputada, que foi detida após uma condenação já definitiva pelo STF. Para Motta, a função da Câmara neste momento é apenas analisar o pedido de perda de mandato de Zambelli, que já está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Paulo Azi (União-BA), presidente da CCJ, já havia sinalizado que a prisão da deputada não afetará o calendário previsto para a representação que pede sua cassação. De acordo com informações, o relatório do deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), que cuida do caso na comissão, ainda deve demorar algumas semanas para ser apresentado.

Os silêncios e a falta de posicionamento dentro do PL

Apesar da manifestação pública de Cavalcante, muitos dos principais nomes associados ao bolsonarismo têm evitado comentar a situação de Zambelli. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por exemplo, ainda não se manifestou sobre o caso. O ex-presidente Jair Bolsonaro, no início de junho, chegou a afirmar que não tinha relação com a questão da parlamentar, revelando um distanciamento em relação ao episódio.

O cenário político que se forma em torno da prisão de Carla Zambelli levanta preocupações sobre os limites da atuação do Parlamento e suas consequências para a democracia brasileira. A situação requer uma reflexão profunda sobre a importância da liberdade de expressão e dos direitos políticos, além de um posicionamento claro de todos os envolvidos, que devem considerar as repercussões de suas ações.

Com a crise política acentuada, a Câmara dos Deputados encontrará desafios significativos ao tentar equilibrar a sua postura em relação aos membros que enfrentam questões judiciais. O caso de Carla Zambelli é um alerta para os riscos da criminalização da política e o tensionamento das relações entre os poderes.

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