Brasil, 30 de julho de 2025
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Política protecionista de Trump ameaça crescimento global e acordos comerciais

A escalada do protecionismo impulsionada por Donald Trump traz riscos de retrocesso nas negociações globais e impacta o Brasil e o mundo.

Com a sua política tarifária, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está impondo ao mundo um retrocesso de quase um século, segundo análise da revista The Economist. As taxas de importação atuais dos EUA atingem níveis mais altos desde os anos 1930, época em que foi aprovada a lei protecionista Smoot-Hawley Tariff Act, que aprofundou a Grande Depressão. Especialistas alertam que essa estratégia volta a colocar em risco um sistema de comércio mundial baseado em acordos multilaterais e tarifas reduzidas.

Impactos do protecionismo de Trump no sistema global de comércio

Eswar Prasad, professor de Política Comercial e Economia da Cornell University, afirmou ao Financial Times que o presidente Trump está construindo uma nova era de protecionismo nos Estados Unidos, que reverberará internacionalmente. “Estamos nos aproximando dos níveis tarifários daqueles anos sombrios, mesmo sabendo que a experiência daquela época foi negativa para a economia global”, alertou o especialista.

Desde a Segunda Guerra Mundial, o mundo vinha reduzindo tarifas comerciais e ampliando a cooperação internacional por meio de negociações multilaterais. Países passaram a integrar grupos de discussão e assinar acordos com regras mais uniformes, promovendo integração econômica. Porém, com a chegada de Trump ao poder, essa construção de décadas tem sido desafiada por ações que privilegiam o protecionismo e o unilateralismo, abandonando a diplomacia e impondo a lei do mais forte.

Brasil enfrenta ameaça de sobretaxa de 50% pelos EUA

Faltando três dias para o prazo final da implementação pelos EUA de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, as negociações permanecem contraditórias e pouco avançadas. O governo brasileiro reafirma que mantém o diálogo, mas as demandas americanas, incluindo interferência no Judiciário, representam um risco à soberania nacional, segundo fontes do governo.

O setor de calçados, por exemplo, já sofre impactos com indústrias de insumos em férias coletivas devido às tarifas elevadas. O tarifão afeta setores estratégicos da economia brasileira.

Reações do governo brasileiro e cenário de negociações

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que há uma tentativa do governo de dialogar com os EUA, apesar das dificuldades. Ele afirmou que, para uma conversa oficial entre presidentes, é preciso seguir protocolos de respeito e autonomia, dada a postura de Trump de desrespeito a chefes de Estado em atos recentes no Salão Oval. Haddad também ressaltou que o Brasil não se submeterá a pressões que ameaçam sua soberania.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está nos Estados Unidos tentando avançar nas negociações, mas ainda não foi recebido oficialmente. Enquanto isso, o vice-presidente americano mantém contato com representantes comerciais do Brasil, mas o cenário permanece tenso e sem avanços claros.

Perspectivas e próximos passos

Especialistas alertam que a política de Trump é disruptiva e provoca consequências que vão além do Brasil, afetando todo o sistema econômico global. Está em curso uma estratégia de manter as negociações abertas enquanto se prepara para planos de contingência caso a sobretaxa de 50% seja efetivada nesta sexta-feira, sem avanços concretos.

O momento exige atenção aos desdobramentos internacionais, pois um retrocesso nas regras comerciais pode atrasar a recuperação econômica mundial e gerar efeitos negativos duradouros, alertam analistas. “O que está em jogo não é só a relação bilateral, mas todo o sistema de comércio internacional”, afirma o especialista da Cornell University.

Para saber mais, acesse a matéria completa.

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