A Corregedoria da Polícia Federal (PF) está analisando a possibilidade de instaurar um novo Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A medida se deve às ameaças proferidas pelo parlamentar durante uma live no YouTube, onde ele atacou investigadores da PF, incluindo o delegado Fabio Shor, responsável por inquéritos contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Contexto das ameaças e repercussão
Eduardo Bolsonaro, que é escrivão da PF, já enfrenta um PAD instaurado em fevereiro deste ano, também relacionado a ameaças ao delegado Shor no contexto das investigações sobre a tentativa de golpe envolvendo seu pai. Durante a transmissão ao vivo, Eduardo não apenas reiterou suas ameaças contra Shor, mas também direcionou comentários hostis ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A expressão “cachorrinho da Polícia Federal” foi uma das falas mais polêmicas, demonstrando seu desprezo pelas autoridades judiciais e policiais.
Membros da alta cúpula da PF afirmam que a Corregedoria está considerando abrir um novo PAD ou adicionar as novas declarações ao processo já em andamento. “A equipe da Corregedoria vai avaliar se é caso de juntar ou abrir novo”, revelou um investigador ao Metrópoles.
Conduta reprovável e suas consequências
A conduta de Eduardo Bolsonaro foi avaliada por membros da PF como reprovável. Os comentários ameaçadores e o tom belicoso em sua live levantaram questões sobre a integridade do parlamentar como representante da lei e do povo. “A situação tem sido analisada”, acrescentou um dos investigadores da Corregedoria sobre o caso.
A fala na live e seu teor
Durante a live, Eduardo Bolsonaro aproveitou para falar sobre sua situação enquanto estava licenciado da Câmara dos Deputados, abordando uma carta que publicou após seu pai ter sido alvo de operações da PF. Ele enfatizou sua disposição de trabalhar para que Alexandre de Moraes não permaneça no STF, afirmando que “o ideal seria ele fora do STF”. O deputado se disse disposto a ir “até as últimas consequências” para remover Moraes da Corte.
Além das menções a ameaças, Eduardo também fez declarações que revelaram sua disposição de enfrentar qualquer consequência, admitindo que prefere “morrer no exílio” a ser preso por ordens de Moraes. Durante a live, Eduardo conseguiu misturar suas questões políticas com momentos pessoais, interagindo com sua filha de 4 anos, que o descreveu como “herói”.
Os desdobramentos legais e a investigação em curso
Atualmente, Eduardo Bolsonaro é alvo de um inquérito no STF por crimes que incluem coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A gravidade das acusações, somada às suas declarações recentes, pode resultar em sérias consequências legais para o deputado.
O impacto dessa situação não se limita a Eduardo Bolsonaro; afeta a dinâmica da política brasileira, especialmente em um momento em que a confiança nas instituições e na justiça é fundamental. A resposta da PF e do STF será crucial para definir se a democracia e o Estado de Direito estão sendo respeitados diante de ameaças de figuras públicas.
Futuras ações da PF e a atenção da sociedade
Ainda é incerto quais serão os próximos passos da Corregedoria da PF. A sociedade civil, assim como observadores políticos, acompanharão de perto o desenrolar desta situação e as ações que serão tomadas contra Eduardo Bolsonaro. A proteção das instituições e a responsabilização de autoridades que abusam de seus cargos deve ser uma prioridade para garantir a manutenção da ordem e da democracia no Brasil.
As declarações de Eduardo não só chocaram muitos, mas também levantaram um alerta sobre as tensões existentes entre políticos e o sistema judiciário brasileiro. Resta saber como essa narrativa se desenrolará nas próximas semanas e se resultará em um caminho para a responsabilização de Eduardo Bolsonaro.
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