Uma trégua frágil, mas evidente, entre Tailândia e Camboja está sustentando os esforços pela paz na fronteira, após cinco dias de confrontos que deixaram ao menos 33 mortos e mais de 260 mil deslocados. O Papa Leo XIV e bispos católicos de ambos os países uniram-se em oração, pedindo calma, proteção e a recuperação de todos afetados pelo conflito.
Ceasefire, mediado por negociações internacionais, dá esperança de estabilidade
De acordo com a BBC, a “reunião de esforços ocorreu após um acordo “imediato e incondicional”, que entrou em vigor à meia-noite de terça-feira, horário local, após intensas disputas na fronteira de 800 quilômetros de extensão, marcada por perdas humanas e deslocamento de civis”. Signos de normalidade começaram a surgir já na terça-feira à tarde, com algumas famílias retornando às suas casas, conforme reporte da AP.
O acordo foi intermediado pelo primeiro-ministro malaio Anwar Ibrahim, sob pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, buscando evitar uma escalada com consequências ainda mais desastrosas. “O compromisso com a paz é fundamental para garantir o respeito às vidas humanas e à estabilidade regional”, afirmou Anwar.
Bispo e líderes religiosos clamam por paz e orações pela libertação das famílias
O Papa Leo XIV, que já havia orado pelos afetados pelo conflito durante o Angelus de domingo, reforçou seu apelo à oração. Em sua mensagem, destacou a importância de “rezar pelos mortos, feridos, refugiados, especialmente as crianças, e por todos aqueles que sofreram com essa crise”.
Na Tailândia, o arcebispo Francis Xavier Vira Arpondarattana – presidente da Conferência dos Bispos Católicos do país – manifestou sua “profunda preocupação” com a situação, condenando “atos de violência contra civis” e ressaltando a necessidade do respeito ao direito humanitário internacional. Ele também alertou para os riscos da “extrema nacionalismo” e da manipulação política que dificultam o diálogo pacífico.
Já em Cambodja, o bispo Olivier Schmitthaeusler, responsável pela comunidade católica em Phnom Penh, fez um apelo à oração nas missas do domingo passado, pedindo “pelo descanso dos mortos, a cura dos feridos e a paz necessária para o retorno seguro de todos”. “A oração é nossa arma e escudo hoje”, afirmou, instando líderes políticos a dialogar imediatamente para pôr fim ao conflito.
Serviço humanitário e solidariedade católica nas fronteiras
Frente à crise, a Igreja tem organizado ações de ajuda humanitária, com o trabalho da Pastoral de Emergência e o Comitê de Apoio às Famílias deslocadas, que fornecem alimentos, medicamentos, abrigo e assistência espiritual aos mais afetados. “A dignidade de cada ser humano é o princípio fundamental da nossa ação”, destacou Arpondarattana.
Além disso, a ASEAN anunciou o envio de uma equipe de observadores para monitorar a implementação do cessar-fogo, visando evitar novas escaladas de violência. Trabalhadores da Igreja continuam mobilizados na atenção às vítimas, mães, crianças e idosos que vivem na incerteza e no medo diários.
As próximas semanas serão decisivas para consolidar a paz e fortalecer o diálogo entre as partes, numa tentativa de evitar que o conflito volte a escalar e destrua vidas inocentes. “A oração permanece como nossa esperança maior neste momento de crise”, concluiu Schmitthaeusler.
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