Nesta terça-feira (29), a Polícia Civil prendeu um pastor de 63 anos em Jequié, no sudoeste da Bahia, acusado de assediar sexualmente pelo menos cinco mulheres durante atendimentos espirituais. O homem, identificado como Manoel dos Santos Medrado Filho, chegou a utilizar sua posição de liderança religiosa para se aproximar das vítimas, que relataram terem sofrido toques inadequados e comentários de cunho sexual durante os aconselhamentos.
A investigação e as denúncias
A investigação começou a partir de denúncias registradas pelas vítimas em uma delegacia local. As mulheres, que eram frequentadoras da igreja liderada pelo pastor, relataram que os episódios de assédio ocorreram durante momentos de vulnerabilidade, enquanto buscavam apoio espiritual. A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) de Jequié está conduzindo a apuração do caso, embora a polícia não tenha divulgado informações detalhadas sobre o primeiro registro da ocorrência.
A Polícia Civil também fez um apelo às possíveis outras vítimas, incentivando que compareçam à delegacia para relatar suas experiências. “Estamos acompanhando as denúncias de importunação sexual contra mulheres que frequentam essa igreja e precisamos que quem ainda não se manifestou possa fazer isso”, afirmou um representante da corporação durante a coletiva de imprensa.
Contexto de casos semelhantes na Bahia
O caso ganha relevância em um contexto de denúncias crescentes de importunação e assédio sexual em ambientes religiosos no Brasil. Nos últimos meses, outros episódios semelhantes ocorreram na Bahia, como a prisão de um professor acusado de oferecer presentes em troca do silêncio de um aluno sobre assédio sexual e, em outro caso, um pastor acusado de estuprar e engravidar uma adolescente com deficiência intelectual.
Essas situações têm gerado um crescente debate sobre a necessidade de proteção e amparo às vítimas de assédio e violência sexual, além do fortalecimento de mecanismos legais para evitar que homens em posições de poder abusem de sua autoridade.
Reações da sociedade e medidas de apoio
A repercussão do caso gerou diversas reações na sociedade, com usuários das redes sociais expressando indignação e solidariedade às vítimas. Organizações de apoio às mulheres têm se mobilizado para disponibilizar recursos e serviços de amparo a quem enfrenta situações de violência. Além disso, debates sobre a importância de educar sobre consentimento e respeito nas relações interpessoais têm sido cada vez mais recorrentes.
É fundamental que as vítimas se sintam seguras para denunciar qualquer tipo de assédio e que os órgãos competentes tratem essas questões com seriedade e urgência. A sociedade civil também tem um papel importante, ao exigir responsabilidade das instituições que acolhem essas práticas e promover a conscientização sobre o tema.
Conclusão
O caso do pastor preso em Jequié é um alerta sobre a necessidade de se discutir amplamente a questão do assédio sexual em ambientes religiosos e outros espaços de poder. É crucial que ações efetivas sejam tomadas não apenas para coibir práticas abusivas, mas também para garantir um suporte adequado às vítimas, reforçando a mensagem de que toda denúncia deve ser ouvida e respeitada.
As investigações continuam, e a expectativa é que mais vítimas se sintam à vontade para compartilhar suas histórias e que a justiça seja feita, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e segura para todas as pessoas.