Brasil, 30 de julho de 2025
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Pandemia acelerou envelhecimento cerebral em quase seis meses, revela estudo

Pesquisa mostra que o Covid, mesmo sem infecção, pode ter envelhecido nossos cérebros durante a pandemia

Um estudo publicado na revista Nature Communications aponta que a pandemia de Covid-19 acelerou o envelhecimento cerebral em quase seis meses, mesmo em quem não contraiu o vírus. A pesquisa analisou quase 1.000 exames cerebrais de participantes do UK Biobank, indicando que o impacto psicológico e social do período pode ter causado efeitos duradouros na saúde cerebral.

Como a pandemia afetou o envelhecimento do cérebro

Utilizando mais de 15.000 escaneamentos cerebrais, os cientistas empregaram inteligência artificial para estimar a idade biológica dos cérebros. Após comparação com dados prévios, constatou-se que, em média, o envelhecimento foi acelerado em 5,5 meses devido ao contexto pandêmico. “O que mais me surpreendeu foi que mesmo pessoas que não tiveram Covid apresentaram sinais de envelhecimento cerebral mais rápido”, afirmou o autor principal do estudo, Dr. Ali-Reza Mohammadi-Nejad.

Por que a pandemia teria causado esse envelhecimento?

Embora o estudo não investigasse as causas específicas, os autores sugerem que fatores como isolamento social, ansiedade e alterações no estilo de vida, como diminuição da atividade física e aumento do consumo de álcool, possam estar relacionados ao envelhecimento cerebral acelerado. “A saúde do cérebro é moldada não só por doenças, mas também pelo ambiente cotidiano”, destacou a professora Dorothee Auer, coordenadora da pesquisa.

Grupos mais afetados

Os resultados indicam que homens e pessoas em situação socioeconômica vulnerável podem ter sido mais impactados pelo processo. As alterações podem representar riscos a longo prazo, embora a reversibilidade ainda esteja sendo estudada. “Não há certeza se essas mudanças irão persistir, mas há esperança de que possam ser revertidas”, afirmou Auer.

Impactos na saúde mental e recomendações

Especialistas alertam que o impacto emocional do isolamento, a ansiedade e o estresse podem ter influenciado esse envelhecimento cerebral acelerado, reforçando a importância de ações para manter a saúde mental. Visitas a profissionais de saúde, atividades físicas e maior interação social são consideradas estratégias essenciais para mitigar os efeitos.

A pesquisa reforça que o bem-estar mental e social é fundamental para a preservação da saúde cerebral, sobretudo em tempos de crise. “Precisamos estar atentos às consequências do nosso ambiente e de nossas rotinas na saúde do cérebro”, concluiu Auer.

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