Brasil, 29 de julho de 2025
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Paes e Leite criticam pautas bolsonaristas e pedem cortes no governo Lula

Em encontro mediado por Vera Magalhães, prefeitos e governadores discutem reforma do Imposto de Renda e criticam anistia a ex-presidente.

No primeiro dia da série de diálogos promovida pelo GLOBO, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), manifestaram sua preocupação sobre as pautas relacionadas à administração do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante o encontro, ambos os políticos concordaram na necessidade de um corte de gastos mais agressivo no governo atual de Luiz Inácio Lula da Silva, embora mantenham posições distintas em relação à gestão petista. O evento tem como objetivo encontrar consensos num cenário político polarizado, onde a busca por soluções para os desafios do Brasil é urgente.

A agenda do diálogo: críticas e propostas

Mediado pela colunista Vera Magalhães, o encontro marca o início de três debates planejados que envolverão prefeitos e governadores com o intuito de encontrar soluções para questões prementes do país. Nas próximas sessões, serão discutidos temas igualmente relevantes, envolvendo figuras políticas de diferentes alinhamentos ideológicos, como o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Em meio às críticas ao ex-presidente Bolsonaro, Paes e Leite também se demonstraram preocupados com a recente tarifa imposta pelos Estados Unidos ao Brasil, uma medida considerada influenciada pela politização exacerbada proveniente do bolsonarismo. Leite afirmou que a promoção do chamado ‘tarifaço’ é inaceitável e que Bolsonaro e seus aliados têm atuado contra os interesses do Brasil no exterior. Paes concordou, ressaltando que as polarizações têm levado a uma destruição que, em última análise, afeta a nação como um todo.

Expectativa de mudanças na administração Lula

Ambos os governantes reconheceram que o Brasil possui uma “oportunidade incrível” de reforçar o multilateralismo e promover fóruns internacionais, em resposta aos movimentos que visam enfraquecê-los. Quando questionados sobre a situação jurídica de Jair Bolsonaro, ambos concordaram que a “torcida” pela prisão de um ex-presidente não deve ser celebrada e que as ações judiciais devem ser respeitadas, independentemente da opinião política pessoal.

No que diz respeito à reforma do Imposto de Renda, tanto Paes quanto Leite demonstraram apoio às mudanças propostas. Estão a favor de isentar quem ganha até R$ 5 mil mensais e aumentar a tributação sobre rendimentos mais altos. No entanto, ambos insistem que é essencial que Lula e sua equipe atuem com maior vigor na redução de despesas do governo, um pedido que reforça um desejo por um estado mais eficiente.

Reformas necessárias e o futuro da previdência

Leite foi mais incisivo em suas críticas, afirmando que a atual administração parece mais inclinada a aumentar a receita do que a cortar gastos. Ele mencionou que a percepção entre a população é de que o governo está mais focado em arrecadar do que em realizar os necessários cortes de despesas. Juntos, os líderes ressaltaram a urgência de uma nova reforma previdenciária, levando em conta os desafios financeiros e as mudanças demográficas que o Brasil enfrenta atualmente.

Debates sobre a estrutura partidária e a transição energética

Além de discutir temas econômicos, Paes e Leite alinharam-se sobre a necessidade de diminuir o número de partidos no Brasil, buscando uma democracia mais clara e eficiente. O prefeito do Rio comparou a situação da política brasileira com a dos Estados Unidos, observando que as polêmicas e divergências são normais em qualquer democracia saudável.

Em percurso mais amplo, ambos reforçaram a importância da transição energética como uma “oportunidade de ouro” para o Brasil, que deve avançar na exploração de recursos naturais, como o petróleo, na Margem Equatorial. Paes concluiu que é crucial lidar com esses recursos de forma responsável, considerando as necessidades econômicas e ambientais do país.

Em resumo, a série de diálogos promovida pelo GLOBO reflete a tentativa de construção de consensos necessários para enfrentar os enormes desafios sociais e econômicos do Brasil, num período em que a polarização política continua a ameaçar a coesão social.

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