Novas informações liberadas pela polícia de Moscow, Idaho, aprofundam o entendimento sobre os assassinatos brutais de quatro estudantes da Universidade de Idaho e revelam aspectos da rotina do suspeito Bryan Kohberger, condenado a prisão perpétua nesta semana. Apesar de avanços, a questão do motivo do crime ainda não foi esclarecida.
Detalhes chocantes da violência dos ataques em Idaho
Os documentos descrevem a violência extrema dos golpes, com duas vítimas — Kernodle e Goncalves — sendo vítimas de dezenas de facadas. Kernodle sofreu mais de 50 ferimentos, muitos deles defensivos, indicando que tentou se defender, enquanto Goncalves foi atingida mais de 20 vezes, resultando em uma disfiguração severa.
O brutalidade foi tão intensa que as vítimas ficaram cobertas de sangue e sofreram lacerações fatais, conforme relatado pelos investigadores. Essa violência reforça a natureza sádica do crime, ainda sem explicação convincente até o momento.
Protagonismo de Kohberger e o movimento das investigações
Investigadores descobriram que Kohberger passou perto de uma motorista do DoorDash pouco antes do ataque. Ela relatou ter feito a entrega às 4h da manhã do dia 13 e viu uma mulher na janela do terceiro andar, que se escondia ao ser observada. Momentos depois, câmeras de segurança flagaram o carro de Kohberger, uma Hyundai Branca, chegando ao local sem que a entregadora o percebesse.
O suspeito foi também visto por uma das estudantes sobreviventes, Dylan Mortensen, ao meio da madrugada, ao abrir sua porta e ver um homem mascarado, cuja descrição ajudou a identificá-lo posteriormente. Entretanto, ela e a outra colega, Bethany Funke, afirmaram que estavam embriagadas e assustadas, acreditando inicialmente que poderia ser uma brincadeira de fraternidade.
O papel das redes sociais e buscas na investigação
As autoridades solicitaram dados de empresas de tecnologia como Google, Tinder, Reddit e Snapchat, incluindo buscas por termos ligados ao crime, como “Idaho murders”, “campus stabbing” e “blood on knife”. Também requisitaram informações de dispositivos situados a até duas milhas do imóvel, numa tentativa de entender a rotina digital de Kohberger e das vítimas.
Durante o interrogatório, Kohberger afirmou que soube do crime por uma notificação em seu telefone, embora ainda não haja conexão definitiva entre ele e as vítimas nas redes sociais, o que refuta algumas teorias anteriores.
Suspeitas, comportamentos e lacunas na motivação
Personagens próximos ao suspeito relataram comportamentos obsessivos, como lavar as mãos diversas vezes ao dia e tomar banhos longos, além de problemas com mulheres, incluindo acusações de abuso de autoridade como assistente de ensino na universidade. Inimigos na prisão também mencionaram sua personalidade egoísta, além de ferimentos que, segundo Kohberger, seriam decorrentes de um acidente de carro.
Entretanto, o principal mistério é o motivo do crime. Policias afirmam que Kohberger escolheu a casa por razões desconhecidas, sem conexão evidente com as vítimas ou motivos pessoais claros, mesmo após análise de soil e outros elementos evidenciários.
O que ainda não sabemos
Persiste a dúvida central: por que Kohberger matou os estudantes? Apesar de várias evidências físicas e digitais que ligam o suspeito ao local e a momentos anteriores ao crime, as razões que motivaram o ataque continuam sendo um mistério. A ausência de conexão social ou motivos aparentes desafiam as investigações e deixam as famílias das vítimas sem respostas definitivas.
À medida que a polícia continua a buscar explicações, a única certeza é que o crime foi marcado por sua brutalidade e pela profundidade do mistério que, até hoje, permanece sem resposta.
Este artigo foi originalmente publicado na HuffPost e complementa as revelações das investigações.