Emmanuel Macron e sua esposa, Brigitte Macron, moveram uma ação de difamação contra a influenciadora de extrema-direita Candace Owens, devido a declarações falsas de que a primeira-dama seria homem. A denúncia foi protocolada nesta quarta-feira, em Delaware, e acusa Owens de lucrar com uma campanha de humilhação global contra o casal.
Acusações e conteúdo da denúncia contra Owens
Segundo o documento, Owens afirmou, em um podcast divulgado em março de 2024, que “estaria toda a sua reputação profissional em jogo ao afirmar que Brigitte Macron é, na verdade, um homem”. A influenciadora, mesmo após tentativas de interromper a disseminação das alegações — incluindo uma carta de retratação enviada pelos Macron — deu continuidade ao episódio, cujo título era “Tornando-se Brigitte”.
De acordo com a ação, Owens criou uma série de oito episódios e publicações na plataforma X, nas quais propagou “fabulosas, difamatórias e absurda ficções”, como a de que Brigitte Macron nasceu homem, roubou identidade de terceiros, se tornou mulher por meio de cirurgia, e que o casal estaria envolvido em práticas de incesto, além de alegar participação do presidente francês em programas secretos de controle mental, como o MKUltra, e outras acusações de crimes graves.
Impacto na vida dos Macron e contexto das acusações
Os Macron alegam que Owens transformou suas vidas “em matéria-prima para mentiras movidas por interesse financeiro”, distorcendo sua aparência, história de vida, relações familiares e casamento para criar uma narrativa grotesca que visa inflamar e depreciar sua imagem, resultando em “bullying incessante em escala mundial”.
A influenciadora, conhecida por disseminar teorias conspiratórias extremas e por ter sido banida de países como Austrália e Nova Zelândia por seu discurso de ódio, já havia se envolvido em controvérsias anteriores. Ela chegou a sugerir que experimentos nazistas realizados por Josef Mengele durante o Holocausto nunca teriam acontecido, alegando que seria uma “perda de tempo e recursos”, além de apoiar uma antiga teoria antissemita de que judeus beberiam sangue cristão.
Reações e próximos passos
Até o momento, Owens não se manifestou formalmente sobre a denúncia, embora tenha respondido nas redes sociais a uma notícia de que Brigitte Macron estaria processando a autora do livro que popularizou a teoria absurda de que ela seria homem, questionando se seria sua próxima vítima.
A ação legal contra Owens não especifica o valor de indenização solicitado pelos Macron. A influência, conhecida por suas opiniões extremas, mantém sua postura de denúncia e ainda não comentou oficialmente o processo, que busca proteger sua imagem e reputação diante de acusações falsas e difamatórias.
Contexto da polêmica e repercussões internacionais
A controvérsia envolvendo Owens evidencia o impacto das teorias conspiratórias na política e na vida pública, além de expor o aumento de discursos de ódio na internet. As ações judiciais em face de disseminadores de informações falsas se multiplicam, refletindo a tentativa de proteger figuras públicas contra ataques difamatórios.
Especialistas destacam a importância de responsabilizar responsáveis por propagação de fake news e difamações, especialmente em um momento em que a desinformação ameaça a integridade de instituições e pessoas. O caso reforça a necessidade de combater a disseminação de teorias infundadas que podem gerar conflito e prejuízo irreparável.
O processo está em andamento e deve avançar nos próximos meses, com possibilidades de ampliação do debate sobre liberdade de expressão versus civismo na era digital.
