O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuará adotando uma postura firme e diplomática nas tratativas com os Estados Unidos diante do aumento das tarifas de importação anunciadas pelo governo de Donald Trump. Haddad destacou que Lula não repetirá o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro com Washington.
Lula e os Estados Unidos: postura diplomática e estratégias
Em entrevista à CNN Brasil, Haddad declarou que é fundamental que o Brasil mantenha um protocolo de relacionamento com os EUA, evitando atitudes que possam envergonhar o país ou criar constrangimentos diplomáticos. “Vocês estão falando da maior potência do mundo, que resolveu virar a mesa. Estamos procurando os canais para trazer para a racionalidade”, disse.
O ministro reforçou ainda que, caso haja um encontro entre Lula e o presidente americano, Joe Biden, ou outro representante, será necessário garantir que o Brasil não passe por situações desconfortáveis, como as que aconteceram com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que teve uma experiência considerada vexatória em sua visita à Casa Branca.
Diálogo com os Estados Unidos e cenário internacional
Haddad revelou que o governo brasileiro tem buscado abrir canais de diálogo com os EUA e que as conversas com autoridades norte-americanas avançaram nesta semana. Segundo ele, houve esforços para desobstruir esses canais, que estavam inativos por algum tempo.
O ministro informou ainda que pretende conversar com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que está na Europa, para estabelecer uma comunicação direta sobre o tema. Além disso, ressaltou que os EUA atualmente não representam o principal destino das exportações brasileiras. “Hoje, exportamos mais para a China e toda a Ásia, e estamos próximos de concluir um acordo com a União Europeia.”
Impacto das tarifas e resposta do governo brasileiro
Haddad também considerou que o aumento das tarifas pode fazer os preços de determinados produtos internos caírem, devido ao aumento da oferta no mercado nacional. “Pode até haver uma redução nos preços domésticos, o que é um efeito colateral positivo”, afirmou.
Enfrentando uma semana decisiva, o governo de Lula continua sem avanços concretos na negociação com Washington, preparando planos de contingência para minimizar os impactos econômicos. Haddad explicou que os cenários traçados incluem medidas similares às adotadas durante a pandemia, como o programa de manutenção do emprego.
Medidas de contingência e próximos passos
O ministro reforçou que proteger o emprego no Brasil é a prioridade número um do plano de contingência. Enquanto isso, ainda aguardam uma decisão final sobre a resposta oficial do país, que deve ser apresentada nas próximas semanas.
Por ora, as conversas com o governo americano continuam, com o objetivo de evitar um conflito diplomático e encontrar uma solução que minimize os efeitos das tarifas para a economia brasileira.
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