Nos bastidores da UEFA Women’s EURO 2025, Jill Scott MBE, ex-jogadora da seleção inglesa e campeã do Euro 2022, reflete sobre o progresso e os obstáculos do futebol feminino, especialmente em relação ao racismo e à inclusão.
O crescimento do futebol feminino e os desafios persistentes
Após mais de 30 anos na carreira, Jill observa avanços significativos na diversidade e inclusão no esporte. “Comparado a 2005, vemos que o futebol feminino evoluiu bastante, com mais reconhecimento e oportunidades”, afirma. No entanto, ela destaca que ainda há um longo caminho a percorrer.
“Infelizmente, casos de racismo ainda acontecem, como o de Jess Carter, que precisou sair das redes sociais após mensagens de ódio. Precisamos de plataformas mais seguras para nossos atletas”, ressalta a ex-jogadora, que participou de campanhas contra o machismo e o racismo nas redes.
O combate ao racismo online no esporte
Segundo Jill, o problema das mensagens racistas na internet exige ações concretas das plataformas digitais. “Essas plataformas devem criar mecanismos para filtrar e barrar esse tipo de conteúdo”, defende. Ela também reforça a importância da atitude das atletas, como a própria Jess Carter, que decidiu se afastar temporariamente das redes para se proteger e refletir.
“Ela é um exemplo de coragem, e é fundamental que o apoio da torcida e da comunidade do futebol seja divulgado para mostrar que abusos não são bem-vindos”, completa a ex-jogadora.
Equidade salarial e o futuro do futebol feminino
Discutindo a disparidade salarial entre os gêneros, Jill reconhece que o futebol feminino ainda está em fase de crescimento. “Desde minha estreia, há mais de uma década, vimos melhorias no pagamento e na estrutura dos clubes”, explica. “No entanto, ainda estamos longe de igualar os índices do masculino.”
Ela destaca exemplos positivos, como o Arsenal, que agora joga no Estádio Emirates, simbolizando uma evolução. “Queremos mais visibilidade e respeito, e esse progresso deve continuar”, afirma.
Inspirando as próximas gerações
Para as jovens atletas, Jill deixou uma mensagem de incentivo: “Aproveitem o jogo. Se vocês têm paixão pelo futebol, dediquem-se ao máximo. Quando vestir a camisa da seleção, será o momento mais orgulho da sua vida”.
Expectativas para a final e o que vem por aí
Ao ser questionada sobre quem deve levar o título, Jill brinca: “Haha, Inglaterra, claro!” E reforça a esperança de que o time nacional conquiste mais uma vitória nesta temporada.
Com o crescimento do futebol feminino no mundo, a ex-jogadora acredita que o que ainda falta é ampliar o acesso dos estádios e promover uma maior valorização do esporte. “Estamos no caminho certo, e o futuro é promissor”, conclui.