Na tarde desta terça-feira (29), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez sua saída da sede do Partido Liberal (PL) ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). Ao ser questionado por jornalistas, Bolsonaro optou por não responder: “Querem entrevista? Só pedir autorização do STF que eu dou.” Isso mostra a tensão que envolve sua figura, especialmente sob as medidas restritivas impostas a ele.
Medidas restritivas do STF
As restrições que cercam Bolsonaro foram determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Dentre as medidas, destacam-se:
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 6h durante a semana e integralmente nos fins de semana e feriados;
- Proibição de uso das redes sociais;
- Proibição de aproximação e acesso a embaixadas e consulados estrangeiros;
- Proibição de manter contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras;
- Proibição de contato com o deputado Eduardo Bolsonaro e outros investigados em sua trama golpista.
Essas medidas são resultado de uma investigação que alega que Bolsonaro e seu filho, Eduardo, tentaram pressionar governos estrangeiros, principalmente os Estados Unidos, a adotar sanções contra agentes públicos brasileiros. Apesar das restrições, Moraes afirmou que não há proibição para que o ex-presidente conceda entrevistas, desde que não use redes sociais. Contudo, Bolsonaro parece estar evitando fazer declarações diante da pressão constante.
Motociata e apoio popular
Após deixar a sede do PL, Bolsonaro seguiu rumo à Granja do Torto, onde seus apoiadores estão organizando uma motociata em sua homenagem. Embora sua presença no evento seja um sinal de apoio, Bolsonaro já afirmou que provavelmente não participaria do desfile de motociclistas, mencionando uma “medida restritiva da dona Michelle”, referindo-se à sua esposa, e à sua recuperação de uma cirurgia realizada em abril.
A motociata, que está sendo amplamente divulgada por seus aliados, tem como ponto de encontro o evento anual Capital Moto Week. Os apoiadores têm criado vídeos convocando todos a “ir à luta” por Bolsonaro, reforçando sua base de apoio, que continua ativa, mesmo diante das adversidades legais enfrentadas pelo ex-presidente.
O Capital Moto Week e as aparições de Bolsonaro
O Capital Moto Week é um evento icônico na região de Brasília, atraindo motociclistas de todo o país. Caso Bolsonaro compareça, não será a primeira vez que ele faz uma aparição por lá. No ano passado, ele foi recebido com efusividade por seus apoiadores, que o aclamação com gritos característicos como “mito”. O clima de apoio popular continua a ser um ponto relevante na narrativa de sua figura política, apesar das questões legais que o cercam.
A poótica situação legal de Bolsonaro
Além da tornozeleira eletrônica, que Bolsonaro descreveu como “o símbolo da máxima humilhação”, ele também deve lidar com a pressão contínua em relação ao cumprimento das medidas cautelares. Moraes deixou claro que qualquer descumprimento pode levar à conversão da pena em prisão preventiva. O ex-presidente se vê em uma situação delicada, onde cada passo é monitorado e sua liberdade de expressão é significativamente restrita.
Enquanto isso, a nacionalidade brasileira acompanha atentamente cada movimento de Bolsonaro, que continua a resistir e se manter presente na política nacional, apesar das adversidades. As reações do público e dos aliados ainda são mantidas com fervor, contrastando claramente com os desafios legais enfrentados pela figura que, durante seu mandato, ocupou as manchetes dos jornais brasileiros e internacionais.
Com cada novo evento e declaração, a figura de Jair Bolsonaro continua a ser um dualismo entre popularidade e as severas consequências de suas ações passadas, refletindo o complexo panorama político que o Brasil vive atualmente.