As regiões centro e norte de Portugal continuam sob alerta devido aos extensos incêndios florestais que desde o início desta semana obrigaram à evacuação de aldeias e ao fechamento de vias importantes, incluindo a autoestrada A1, uma das principais ligações do país. A situação ainda exige atenção das autoridades, com dezenas de focos ativos e condições climáticas desfavoráveis.
Incêndios ameaçam regiões e provocam evacuações, incluindo na A1
No balanço divulgado hoje pela Proteção Civil portuguesa, foram registradas mais de 175 ocorrências de incêndios desde segunda-feira, concentradas principalmente nas regiões do Centro e Norte. Na altura de Leiria, na região centro, a circulação na autoestrada A1 foi temporariamente interrompida devido às chamas próximas, e um incêndio na região foi registrado nesta tarde.
Ao menos três aldeias tiveram que ser evacuadas por precaução, incluindo uma perto de Portalegre, no Alentejo. Em Castelo de Paiva, no distrito de Aveiro, duas aldeias – Seixo e Vilar de Eirigo – foram evacuadas após as chamas atingirem parcialmente uma fábrica, embora as residências tenham sido preservadas. Segundo nota do município, a decisão foi tomada devido à evolução da situação, que ameaça pessoas, propriedades e o ambiente.
Focos ativos na região de Arouca e dificuldades no combate ao fogo
Na região de Arouca, fronteira de Castelo de Paiva, as autoridades informaram sobre quatro focos de incêndio que continuam fora de controle, dificultando o combate ao fogo. Apesar do esforço de cerca de 3 mil bombeiros e do uso de aproximadamente 72 aeronaves, a situação permanece delicada devido ao difícil acesso aos terrenos atingidos, ao vento e ao clima quente, que aceleram a propagação das chamas.
Até o momento, não há registros de vítimas, mas o esforço para conter o avanço do fogo permanece intenso. “A decisão foi tomada devido à evolução da situação, que coloca em risco pessoas, bens e o ambiente”, destacou uma nota do município de Castelo de Paiva.
Desafios e críticas na luta contra os incêndios
O uso de recursos aéreos tem sido alvo de críticas, já que o governo conta com cerca de 72 aeronaves para o combate, considerados insuficientes por especialistas e pela própria comunidade. Segundo o Ministério da Administração Interna, o efetivo de bombeiros e as condições de combate vêm sendo reforçados, porém a situação de emergência ainda persiste.
Portugal enfrenta ondas de incêndios anuais desde 2017, quando a tragédia de Pedrógão Grande deixou 66 mortos. Os incêndios de 2025 continuam a evidenciar a vulnerabilidade das regiões afetadas, reforçando a necessidade de políticas de prevenção e de maior preparação para os períodos de maior risco.
Contexto político e social
Além dos desastres ambientais, o país vive momentos de tensão política relacionados a novas medidas de segurança e imigração. Na manhã de hoje, o governo aprovou um pacote de regras anti-imigração, que ainda é avaliado pelo presidente. Entre os efeitos dessas mudanças, brasileiros residentes em Portugal são os mais afetados, segundo análises recentes.
Segundo o relato de moradores e autoridades, as zonas atingidas pelos incêndios apresentam dificuldades adicionais devido ao relevo acidentado e às altas temperaturas. A situação atual exige atenção contínua das autoridades portuguesas e uma resposta coordenada para evitar novas vítimas ou danos irreparáveis.
Para acompanhar os desdobramentos, confira a reportagem completa no site do Globo.