O governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), tomou a decisão de cancelar uma reunião crucial entre governadores para debater estratégias para enfrentar o tarifaço de 50% às exportações brasileiras imposto pelos Estados Unidos. O encontro, que contaria com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, estava programado para a manhã desta quarta-feira, mas não pôde ser realizado devido à ausência de quórum suficiente. Até o momento, não há nova data definida para a realização do encontro.
Aumento das tarifas e suas implicações
As tarifas, anunciadas pelo presidente americano Donald Trump no último dia 9 de julho, estão programadas para entrar em vigor a partir do dia 1º de agosto. Esse aumento repentino nas tarifas exige uma discussão robusta entre os estados brasileiros para formular uma resposta eficaz e alinhada. O governador Ibaneis Rocha havia solicitado a presença de Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e é o responsável pelas tratativas comerciais com os EUA.
Os desafios da agenda política
Em uma comunicação oficial do Fórum de Governadores, Ibaneis expressou sua gratidão pela disponibilidade de Alckmin, mas justificou o cancelamento citando “exiguidade do tempo” e compromissos previamente assumidos por vários governadores que impossibilitaram suas participações. O encontro era visto como uma oportunidade crucial para discutir as estratégias dos estados frente ao novo cenário econômico.
Faltas de quórum e ausências importantes
Entre os governadores que sinalizaram sua ausência, destacam-se figuras como Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ratinho Júnior (Paraná). Embora alguns desses governadores tenham mostrado interesse em enviar representantes, a falta de alguns líderes poderia prejudicar a amplitude e profundidade da discussão. A expectativa era que seus vices pudessem comparecer, mas Castro optou por não enviar ninguém, justificando que não seria adequado a presença de um secretário no lugar do governador.
Um governador que havia confirmado presença relatou ao GLOBO que o cancelamento foi comunicado de forma abrupta, ocorrendo cerca das 17h, pouco antes da reunião agendada. Essa reação sugere uma falta de coordenação entre os governos estaduais e federal, colocando em evidência as dificuldades que estão se acumulando quando se trata de diálogo e colaboração em temas econômicos críticos.
O que vem a seguir?
Com a aproximação da data em que as tarifas entram em vigor, a pressão sobre os governadores e o governo federal aumenta. É essencial que, nos próximos dias, uma nova reunião seja agendada para que essas vozes possam ser ouvidas e estratégias adaptadas possam ser formuladas. A situação exige uma mobilização não apenas entre os governadores, mas também um planejamento estratégico que envolva entidades do setor econômico e comercial. A resistência contra essas tarifas poderá determinar o impacto econômico nos próximos meses, especialmente em um cenário que já enfrenta desafios significativos pós-pandemia.
Enquanto isso, os governadores seguem atentos à situação, prontos para agir, mas, acima de tudo, necessitam de um espaço para o diálogo. As políticas estaduais afetadas pelas tarifas exacerbadas necessitam de um tratamento conjunto para suavizar os efeitos que podem ser devastadores para a economia nacional. Portanto, a expectativa é que em breve uma nova data para o encontro seja marcada, permitindo uma discussão mais abrangente e inclusiva.
O cancelamento da reunião de governadores com Alckmin sobre as tarifas dos EUA destaca não apenas um sinal de desorganização, mas também a necessidade urgente de um diálogo mais estruturado entre as esferas de governo. Resta esperar para que as próximas semanas tragam uma nova chance de enfrentamento dessa importante questão.