Brasil, 29 de julho de 2025
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Falta de diálogo aumenta incerteza sobre tarifa de 50% do EUA ao Brasil

A partir desta sexta-feira, deve vigorar a sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras, sem perspectiva de negociação com os EUA.

Apesar das tentativas do Brasil de evitar a implementação, a ausência de comunicações concretas com os Estados Unidos reforça a possibilidade de a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros entrarem em vigor nesta sexta-feira. Os contatos entre os dois países permanecem travados, sem sinais de avanço nas negociações, que se tornaram ainda mais complicadas após a falta de respostas oficiais dos americanos.

Brasil busca manter diálogo, mas a situação segue indefinida

O ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo brasileiro continua aberto às negociações. “Vamos continuar abertos independentemente da decisão dos EUA”, declarou. Por sua vez, o governo americano, liderado pelo presidente Donald Trump, anunciou a aplicação da tarifa, justificando que a medida reflete uma postura de proteção comercial, embora suas justificativas tenham sido criticadas por especialistas brasileiros.

Segundo análises, o Brasil é o único país afetado pela sobretaxa que tem déficit comercial com os EUA, o que reforça a exasperação do governo brasileiro. Ainda assim, o impacto será agravado pela aplicação de uma elevada tarifa de 50%, medida que muitos especialistas consideram injusta ou desproporcional. Desde o anúncio, várias tentativas de contato bilaterais foram feitas, sem sucesso. A única exceção foi uma conversa telefônica, há pouco mais de uma semana, entre o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, cujo conteúdo não foi divulgado.

Contexto das tensões comerciais e a questão da relação com os EUA

As justificativas de Trump para a sobretaxa envolvem alegações de perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a regulação de grandes empresas de internet pelo Supremo Tribunal Federal (STF), além de afirmarem que há um saldo favorável ao Brasil, o que especialistas discordam. Míriam Leitão aponta que o Brasil enfrenta a negociação mais difícil entre todos os países ameaçados de sobretaxa pelos EUA.

Desde a declaração de Trump, várias ações diplomáticas foram tentadas, incluindo contatos e propostas de diálogo por parte do governo brasileiro, mas sem resposta concreta. O ministro Mauro Vieira, às vésperas de uma reunião na ONU, tentou uma aproximação, propondo encontros com autoridades americanas, mas também sem sucesso até o momento. Vieira retornará ao Brasil nesta terça-feira após reuniões com representantes de países como Jordânia, Senegal e Palestina, com possibilidades de retomar contatos com Washington por telefone ou videoconferência.

Implicações econômicas e estratégicas

Especialistas alertam que a aplicação da sobretaxa prejudicará ainda mais a relação comercial, especialmente pelo fato de o Brasil negociar com os EUA o fornecimento de materiais estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras, utilizados na disputa tecnológicacom a China. Além do impacto diplomático, a medida ameaça uma relação econômica já tensa, agravada pelo pouco espaço para negociações e pela falta de respostas às tentativas brasileiras de diálogo.

Durante o fim de semana, a expectativa do governo brasileiro aumentou com a falta de informações claras da Casa Branca. Donald Trump afirmou que países que não firmarem acordos com ele podem enfrentar tarifas de até 15%, sem esclarecer se o Brasil se encaixaria nessa lista. Assim, a incerteza permanece alta até a data prevista para a implementação da tarifa, aumentando o temor de prejuízos econômicos e diplomáticos.

Para o governo brasileiro, o foco das negociações deve seguir na esfera comercial, embora a discussão sobre o tratamento de Bolsonaro e a relação com sua tentativa de golpe de Estado também seja considerada. As próximas horas serão decisivas para entender o que esperar do cenário bilateral após o dia 30 de julho.

Para mais detalhes sobre os desdobramentos e a perspectiva de negociações, acesse esta matéria.

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